Economist chama Bolsonaro de “Trump dos trópicos” e exalta democracia brasileira
Redação Online
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 13:40 | Atualizado há 7 horas
A revista britânica The Economist dedicou a capa de sua mais recente edição ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, chamando-o de “Trump dos Trópicos” e “polarizador”. A publicação elogia a “lição de maturidade democrática” que o Brasil está dando aos Estados Unidos, ao responsabilizar Bolsonaro e seus aliados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro.
A revista destaca o contraste entre a atuação do judiciário brasileiro e a situação nos EUA, onde Donald Trump não foi criminalmente punido por incitar a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro. Segundo a matéria, enquanto as instituições americanas se mostram mais frágeis, as brasileiras, moldadas por um histórico de ditadura militar, estão se fortalecendo ao julgar um ex-presidente por ameaçar a democracia.
Na reportagem, a revista afirma que a tentativa de golpe “fracassou por incompetência, não por intenção” e prevê que Bolsonaro e seus associados serão condenados. A capa da revista mostra Bolsonaro com o rosto pintado de verde e amarelo, usando um chapéu com chifres, em alusão ao “QAnon Shaman”, figura central no ataque ao Capitólio americano.
A matéria também menciona a interferência de Donald Trump, que teria tentado pressionar o Brasil para abandonar o caso contra Bolsonaro. A revista, porém, ressalta que o Brasil se manteve firme em seu processo legal.
Para a The Economist, o Brasil assume, pelo menos temporariamente, o papel de “adulto democrático” do hemisfério ocidental. A revista também critica o governo de Trump, acusando-o de se tornar “mais corrupto, protecionista e autoritário”. A reportagem sugere que o julgamento de Bolsonaro representa uma oportunidade para o Brasil “recuperar-se de uma febre populista” e servir de exemplo para outras nações.
A reportagem da revista britânica não apenas critica Bolsonaro, mas também utilizou o caso brasileiro para destacar a fragilidade democrática dos Estados Unidos. A publicação aponta que, ao contrário do Brasil, os EUA não conseguiram punir criminalmente o seu ex-presidente, Donald Trump, pela tentativa de golpe de 6 de janeiro. A revista, que já havia alertado sobre os riscos do populismo, sugere que as instituições brasileiras, moldadas por um passado autoritário, estão se mostrando mais eficazes na defesa da democracia.
Segundo a reportagem, o Brasil “recupera-se de uma febre populista”, enquanto os EUA parecem “mais corruptos, protecionistas e autoritários”, servindo, assim, como um alerta global sobre a necessidade de responsabilizar líderes que ameaçam o Estado de Direito.