Troca de acusações entre Enil e Lúcio Flávio

O primeiro debate entre os candidatos à presidência da OAB Goiás, realizado ontem no estúdio da rádio Vinha FM e apresentado pelo radialista Altair Tavares, foi marcado pelo confronto particular entre o atual presidente Enil Henrique e o candidato oposicionista Lúcio Flávio Paiva. Em dois blocos, eles travaram embates e trocaram alfinetadas, sendo que no último bloco Enil afirmou que “professor não pode mentir”, insinuando que Lúcio estava dizendo inverdades. Enil disse ainda que Lúcio Flávio “não sabe nada sobre a Ordem”.

Candidato do grupo OAB Forte, o advogado Flávio Buonaduce evitou se envolver em polêmicas e priorizou a discussão de propostas para a entidade. No primeiro bloco, Lúcio Flávio centrou suas críticas na questão financeira da Ordem em Goiás, afirmando existir um “rombo” na entidade, sem contudo precisar detalhes.

Enil Henrique negou que exista qualquer irregularidade nas contas da OAB-GO e garantiu que o Portal da Transparência da entidade mostra que tudo “está correto” na instituição. Em sua intervenção, Flávio Buonaduce mudou o foco do debate e ressaltou que a OAB deve ser suprapartidária e buscar relações com todas as instituições, sem que isso implique em dependência. “Os apoios que temos são valorosos e não tenho vergonha de receber apoio, nosso projeto é aberto”, assegurou.

O atual presidente da OAB passou boa parte do tempo se referindo ironicamente a Lúcio Flávio como “professor” e chegou a afirmar que ele não conhece a prática do dia a dia da advocacia, segundo ele necessária para presidir a Ordem. Enil Henrique ainda disse que Lúcio quer transformar a entidade numa “repartição pública” com a proposta de realizar concurso para contratação de procuradores.

No segundo bloco a história do grupo OAB Forte, que há 25 anos comanda a Ordem, dominou o debate. Buonaduce lembrou as realizações do grupo, disse que trata as propostas de forma concreta e que lembrou que Lúcio prega renovação, mas a chapa de oposição é composta por diversos nomes que já pertenceram à OAB Forte. Enil disse que tem orgulho de ter participado da construção do grupo OAB Forte e criticou Lúcio Flávio, que “se diz renovação, mas tem uma chapa impregnada do DNA da OAB Forte, a começar pelo seu vice, Thales Jayme”.   .

O clima ficou tenso no último bloco quando esquentou o confronto particular entre Enil e Lúcio Flávio. O oposicionista voltou a citar a existência de um “rombo” financeiro na instituição. Enil novamente negou e cobrou provas. Ele mais invocou o Portal da Transparência para provar que não havia irregularidades. “Não existe rombo na OAB Goiás, existem pessoas mal intencionadas que querem fazer disso um ato politiqueiro”, enfatizou Enil. Irritado com as insistentes declarações de Lúcio sobre uma possível crise financeira na Ordem, Enil afirmou que “um professor não poderia mentir”, insinuando que o candidato oposicionista estava deturpando a real situação da instituição.