Trump corta verbas e ameaça pesquisas de vacinas contra câncer e HIV

O governo de Donald Trump anunciou cortes bilionários em pesquisas estratégicas, medida que ameaça o desenvolvimento de vacinas contra câncer, HIV e pode atrasar avanços cruciais para enfrentar futuras pandemias. Especialistas em saúde alertam que a decisão compromete anos de progresso científico e enfraquece a liderança dos Estados Unidos em biotecnologia.

O Departamento de Saúde dos EUA, sob comando de Robert F. Kennedy Jr., suspendeu mais de US$ 500 milhões em financiamento para 22 projetos de vacinas baseadas em mRNA. Essas pesquisas tinham como foco doenças respiratórias como COVID-19 e gripe, mas também representavam base tecnológica para terapias contra câncer, HIV e doenças autoimunes.

Pesquisadores alertam que a interrupção desses estudos pode reduzir a capacidade de resposta rápida diante de novas crises sanitárias e atrasar descobertas médicas de alto impacto.

Outro alvo dos cortes foi um programa de US$ 258 milhões destinado ao desenvolvimento de uma vacina contra o HIV, liderado por centros de excelência como a Universidade Duke e o Scripps Research Institute. Ensaios clínicos previstos para começar ainda este ano foram cancelados.

De acordo com cientistas envolvidos, a suspensão pode significar um atraso de até dez anos no avanço das pesquisas. Na África do Sul, um estudo já aprovado por autoridades de saúde e pronto para iniciar a fase de testes foi paralisado, congelando amostras e interrompendo equipes de trabalho.

Além das perdas científicas, organizações internacionais alertam que a medida pode impactar programas de saúde global, incluindo ações de prevenção e tratamento em países vulneráveis. A decisão é vista por especialistas como um retrocesso que pode deixar o mundo menos preparado para futuras emergências sanitárias.