Política

“Vereador tem que ter somente 30 dias de férias e bater ponto”

Diário da Manhã

Publicado em 23 de julho de 2016 às 03:16 | Atualizado há 9 anos

O vereador por Goiânia, Paulo Magalhães (PSD), é autor de uma série de projetos polêmicos na Câmara Municipal, como a diminuição do recesso legislativo – de 93 para 30 dias -,  e a implantação do ponto biométrico para para os vereadores, além da regulamentação dos lavadores de carros na cidade, a criação da Feira da Madrugada, na Rua 44, e no ano passado o Projeto de Lei para regulamentação dos food trucks na Capital. “A sociedade tem que ter consciência que vereador tem que ter somente 30 dias de férias por ano e ter que trabalhar e bater ponto para justificar o salário”, ressalta.

Em entrevista ao Diário da Manhã, Magalhães afirma ser pré-candidato a vereador nas eleições de outubro e acredita que tem feito um bom trabalho no Legislativo goianiense. O vereador também destaca o desejo de renovação da Casa e as melhorias que conseguiu para diversos bairros da cidade. “Na na minha caminhada de 2012 fiz a proposta de regularizar as escrituras do setor Pedro Ludovico e o governador assinou; a duplicação da Avenida Rio Verde, que vai acontecer por causa do BRT; a criação da campanha Reforma da Praça de Esportes já está autorizada; apoio à Escola de Samba de Goiânia; revitalização das alamedas Henrique Silva, Mário Caiado, Alfredo Morais e Couto Magalhães; loja de atendimento da prefeitura, que deve sair no fim do ano”, enumera.

Morador antigo do setor Pedro Ludovico, há mais de 60 anos, Paulo Magalhães não esconde a relação e o carinho que tem pelo bairro, promovendo conquistas importantes para a região. “Nesses três anos conseguimos muitas coisas para o setor Pedro. Revitalizamos a Avenida Circular; fizemos a Alameda João Elias com quatro praças; refizemos a Alameda Martins Borges; construímos um CMEI, na parte nova do setor Pedro, com capacidade para 120 crianças; fizemos a recuperação das ruas que ficam em torno do CMEI; conseguimos, com muita luta, a proibição de construção de prédios próximos ao Jardim Botânico, em um raio de 350 metros”, conta.

Mas além do setor Pedro Ludovico, o vereador Paulo Magalhães se diz aberto e disposto a ajudar os moradores de Goiânia, independente do bairro onde vivem. “Quando uma pessoa vai ao meu gabinete não quero saber onde mora e estou a pronto para atender, porque sou vereador de Goiânia”, reforça. Magalhães até brinca ser o “vereador das causas impossíveis”, conseguindo melhorias, até então, não realizadas por outros vereadores. “Fui convidado a fazer uma travessia do Grajaú ao Santa Fé, conseguimos juntar os donos das duas terras da estrada de servidão, mas que não era da prefeitura. Então, houve a doação por parte dos empresários, creio que por esses dias vamos dar início ao bueiro e fazer 700 metros de asfalto para que aquela população possa atravessar e a linha de ônibus possa melhorar a situação do povo do Santa Fé”, informa.

“Também conseguimos fazer o asfaltamento do Conjunto Santa Fé, que foi feito pelo Iris para os taxistas, e na campanha passada passamos por lá e asfaltamos as ruas deles. Agora, estamos lutando para a construção de um CMEI e um posto de saúde na região. Do outro lado da cidade, no Irisville – na saída para Bonfinópolis – fizemos o plantio de mais de mil mudas de árvores na cabeceira de uma nascente e aquele trevo já está autorizado”, destaca Paulo Magalhães.

Meio Ambiente

Preocupado com o meio ambiente, o vereador destaca o que realizou nessa área durante seu mandato, em especial, a revitalização do Jardim Botânico. “A obra mais importante dos meus quatro anos é o Jardim Botânico, onde temos mais de 1 milhão de metros quadrados de área verde e conseguimos salvar a nascente do córrego Botafogo”, assegura. Em parceria com a Prefeitura de Goiânia e empresários da região, o vereador emplacou o projeto da obra da pista de caminhada do parque, sendo 3.000 m² em torno do Botânico. O vereador conta que, semanalmente, visita a obra para cobrar agilidade e reparo na execução do projeto. “Há muitos anos luto por melhorias no Jardim Botânico. Ver essa obra em andamento, depois de quase três décadas e tantas lutas, enche meu coração de alegria. Agora a população da região vai ter um local para prática de esportes e lazer”, comemora.

Magalhães destaca que possibilitou ao Jardim Botânico um destino diferente do que aconteceu ao Parque Cascavel, “ que está com o lago cheio de barro e areia”. “Defendemos o meio ambiente e os moradores. Através da Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), do professor Alcides Ribeiro, conseguimos uma academia com 16 peças para que possamos colocar no parque em frente à faculdade e estamos concluindo o meio-fio. Hoje, o povo corre e anda de bicicleta no parque, a população está feliz e o Jardim Botânico é real”.

Food Truck

Em relação ao Projeto de Lei que regulamenta a comercialização de alimentos em veículos automotores, os famosos food trucks, Paulo Magalhães considera uma grande conquista para os novos empreendedores, além de proporcionar para Goiânia um novo e  imenso potencial econômico. Conforme a lei de autoria do vereador, os proprietários dos food trucks precisam ter CNPJ; alvará de licença na Vigilância Sanitária; obedecer às normas de armazenamento, transporte, manipulação e venda dos produtos; cuidar da limpeza ao redor de onde estiver instalado; pagar anualmente a taxa definida pelo Poder Executivo de ocupação pela área; sendo proibido a comercialização de bebidas alcoólicas e repassar a terceiros a autorização, equipamentos e mercadorias.

“É um negócio maravilhoso e que veio para ficar, de forma que não serão concorrentes dos restaurantes. Eles se reúnem em locais específicos com 10 a 30 trailers, onde se tem a opção de comer com um preço mais barato e de qualidade e origem. Os food trucks são fiscalizados pela Vigilância Sanitária e a SMT que deve dizer se eles podem se instalar no local. Mas costumam, geralmente, ficar em feiras”, explica o funcionamento da modalidade.

Desistência de Iris muda rumos das eleições para prefeito

Paulo Magalhães é amigo pessoal do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) há muitos anos, tendo sido aliado político do pemedebista. No entanto, atualmente, está no PSD – partido que faz parte da base aliada do governo do Estado e que é oposição ao partido de Iris. Sobre essa relação e o anúncio da aposentadoria de Iris da política, o vereador diz não misturar as coisas e acredita que o ex-prefeito está decepcionado e, por essa razão, preferiu abdicar da vida política. “Há mais ou menos oito meses Iris me falou que não seria candidato. Perguntei porque e ele disse: ‘as decepções. Hoje, estou vivendo o melhor momento da minha vida, cuidando do meu gado, minhas lavouras, meus netos. Goiânia já me deu muito e o que eu pudê dar para Goiânia e Goiás já dei’. O Iris ficou muito decepcionado”, conta.

O vereador ressalta que muitos políticos de Goiás usaram o prestígio de Iris, além de terem perdido valores essenciais. “Aprendi com Pedro Ludovico três palavras: ser honesto, ser leal e ter coragem, e isso é o que falta nos políticos que temos hoje em Goiás. Quase todos os políticos de Goiás que estão no poder hoje passou pela mão e usou o prestígio do Iris para chegar lá. Tanto é que tem muitos vereadores que ganharam a eleição em cima do trabalho do Iris e, agora, vai ser difícil para eleger, porque não terá o Iris como suporte”, acredita. “Perdi um grande amigo na política, mas continuo sendo amigo pessoal  dele [Iris]. Para mim, Iris é um maiores políticos do Brasil, tendo sido um homem que inovou a política, através de seus mutirões”.

Com Iris fora da disputa para prefeitura de Goiânia, Magalhães deixa claro que apoiará incondicionalmente o candidato de seu partido, o deputado estadual Francisco Júnior (PSD). “sou partidário. Se o partido tem candidato tem que estar com o partido. Agora, tive uma conversa com Francisco e ele foi muito claro, sabe da minha amizade com Iris, e me deu até liberdade de votar no Iris. Mas, agora, vou encampar a campanha dele [Francisco Júnior] de corpo e alma, porque não posso deixar que alguns picaretas que não deram conta de ser deputado venham a ser prefeito”, revela.

Trajetória

O vereador reforça sua opinião sobre a trajetória de um político e seu apoio a Francisco Júnior. “Para ser prefeito, primeiro, tem que passar pela Câmara Municipal e conhecer a cidade, de forma que o Francisco está preparado para isso. Já foi secretário do Planejamento no governo do Iris, foi vereador e presidente da Câmara, deputado estadual por dois mandatos. Então, acredito que ele está preparado”, explica.

Paulo Magalhães, questionado sobre uma possível aliança do PSD com outros partidos da base aliada, enfatiza que a legenda não recuará de lançar candidato próprio.

 

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