Política

Vilmar Rocha: “Oposição e governo podem lançar mais de um nome”

Diário da Manhã

Publicado em 10 de fevereiro de 2018 às 01:47 | Atualizado há 7 anos

Vilmar Rocha é um político de tradição liberal. Nos anos 1980, participou do lançamento da Frente Liberal, movimento que produziu a cisão do PDS (partido de sustentação do regime militar) e criou o PFL (Partido da Frente LIberal) que se juntou ao PMDB de Ulysses Guimarães e de Tan­credo Neves, promovendo a tran­sição da ditadura para a demo­cracia, com a vitória de Tancredo no Colégio Eleitoral. Em Goiás, foi um dos fundadores do movi­mento chamado “tempo novo”, que produziu a coligação entre PSDB, PFL (atual DEM), PTB e PPB (atual PP), que levou à vitó­ria de Marconi Perillo (PSDB) so­bre Iris Rezende (PMDB) nas elei­ções de 1998.

Evocando esta tradição liberal, Vilmar Rocha defende que nas elei­ções deste ano todos os partidos que têm representação política no Esta­do apresentem seus candidatos a go­vernador. Ele ressalta que depois do PSDB e do PMDB, o PSD é a tercei­ra força política do Estado, com dois deputados federais, dois estaduais e dezenas de prefeitos. Pré-candi­dato ao Senado, Vilmar Rocha tem sido voz dissonante na base gover­nista, desde que questionou aqui­lo que ele qualifica como a falta de um candidato natural que unifique a base situacionista. Em várias entre­vistas Vilmar Rocha fez o alerta para o esgotamento do modelo que levou o tempo novo a 20 anos de poder em Goiás, e passou a defender a neces­sidade de reciclagem da aliança, in­clusive com a busca de um candi­dato de fora da máquina partidária.

Vilmar deixou recentemente a Se­cima (Secretaria de Meio Ambiente), após quase quatro anos, e vai se de­dicar agora às articulações visando posicionar o PSD na campanha na­cional e estadual. Ele é um dos defen­sores da aliança de seu partido com o PSDB na eleição do governador Ge­raldo Alckmin (PSDB-SP) à presi­dência da República. Em Goiás, Vil­mar avalia que a exemplo do que o PSD fez nas eleições de 2016, o parti­do e outras legendas deveriam apre­sentar candidatos no primeiro turno para a avaliação do eleitor. Segundo ele, esta tese vale para a situação e também para a oposição.

“A tese que eu estou lançando, não é só para a base, vale também para a oposição. No Brasil a tradição de segundo turno, é muito recente, de 1994 para cá. E qual é a idéia do segundo turno? É que o governante seja eleito com a maioria da popula­ção, até para constituir maioria parla­mentar. E estamos com a cultura de antes do segundo turno. Eu pergun­to: qual é o problema dos partidos apresentarem nomes novos, deba­terem os projetos no primeiro turno, e depois, de se necessário, se unirem no segundo turno”, questiona.

Vilmar Rocha lembra que o PSD fez isto nas eleições de 2016 em Goiânia, quando no primeiro tur­no o partido lançou a candidatura do deputado estadual Francisco Jú­nior à prefeitura, e no segundo tur­no, uniu-se à campanha de Vander­lan Cardoso (PSB). “Foi bom para Goiânia, foi bom para o partido, que pode debater suas teses através de Francisco Júnior, que hoje inclusi­ve está cacifado para disputar a elei­ção para deputado federal”, observa.

Com relação aos adversários do Palácio das Esmeraldas, Vilmar Rocha diz que não vê dificuldade em que o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o deputado federal Daniel Vilela (MDB) saiam em faixa pró­pria. “Por que o Ronaldo Caiado tem que unir com o Daniel Vilela? Ele é um senador, tem história política, e tem toda legitimidade para plei­tear a governadoria, enquato que Daniel é um jovem, foi vereador, foi deputado estadual, é deputado federal, é presidente de um parti­do forte, que tem estrutura no Es­tado e que sempre lançou candida­to. Qual é o problema de Daniel ser candidato também?”, indaga.

Na avaliação de Vilmar Rocha, a tendência é que também par­tidos de esquerda como o PT te­nham candidato próprio nestas eleições. Ele salienta que a ten­dência é os partidos nos Estados seguirem a linha que será dada nas eleições presidenciais deste ano, que devem ter um número muito maior de candidatos do que nas campanhas anteriores. Vilmar informa que não é candi­dato ao governo do Estado, mas mantém a sua aspiração de ser candidato ao Senado neste ano.


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