Política

Waldir propõe CPI das obras paradas

Diário da Manhã

Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 00:48 | Atualizado há 8 anos

Uma questão que preocupa o deputado federal Waldir Soares é a das obras paralisadas. As ferrovias são um bom exemplo disso. Apesar da importância estratégica das ferrovias para o desenvolvimento nacional, as obras de expansão da malha ferroviária estão paradas. Também estão paradas obras rodoviárias, portuárias e outras que são importantes para o desenvolvimento nacional.

“Obra paralisada é prejuízo para o país, não só porque atrasa o desenvolvimento, mas também porque elas vão ficar mais caras depois que forem retomadas”, diz o deputado federal Waldir Soares. “E o que a gente pode fazer para superar esta situação é investigar profundamente as causas da paralisação”, afirma, para, na sequência, declarar: “Já estou colhendo assinaturas para propor, na Câmara, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para levantarmos toda a problemática da paralisação das obras públicas. A CPI das obras paralisadas não é para cruxificar pessoas, mas para levantarmos a real situação do setor de obras no país e, com base no que for apurado, aprimorarmos a legislação, apontarmos soluções”, esclarece.

O delegado Waldir reapareceu na cena política depois de quase três meses de ausência. Na verdade, diz ele, não esteve ausente da política. Apenas se afastou da disputa municipal. Depois de perder a eleição para prefeito de Goiânia no primeiro turno, Waldir preferiu a neutralidade. Não recomendou voto nem em Iris nem em Vanderlan. Tendo sido nomeado para compor uma comissão de parlamentares brasileiros convidada para conhecer a Austrália e a Nova Zelândia, o deputado goiano aproveitou para, como ele mesmo diz ao Diário da Manhã, “alargar os horizontes”.

Waldir afirma que aprendeu muito com tudo que viu nos dois países da Oceania. Depois que voltou de sua missão ao exterior, Waldir viajou aos Estados Unidos, onde permaneceu alguns dias. Ele acha que, tendo sido derrotado para prefeito, não ficaria bem apoiar um ou outro candidato, já que, durante a campanha, criticou severamente os dois.

“Serei um fiscal severo da administração de Iris Rezende”, afirma Waldir. “Sou o parlamentar que mais destinou, através de emendas parlamentares, recursos para a Prefeitura de Goiânia; por isso, tenho a obrigação de acompanhar a aplicação desses recursos”, assegura o deputado.

Waldir analisou a disputa pela presidência da Câmara Federal. Ele não leva fé nas possibilidades do goiano Jovair Arantes, do PTB. “Eu, particularmente, não tenho ainda um candidato e não pretendo seguir a orientação do meu partido, o PR; mas vou aguardar e depois me definir”, disse ele. “Vou fazer uma enquete nas minhas redes sociais, pois tenho que levar em conta a opinião dos meus eleitores”.

Na avaliação de Waldir, as chances de Jovair são escassas. Por várias razões, segundo argumenta. “Temer não vai permitir que a presidência da Câmara caia nas mãos do Centrão”, afirma Waldir. Jovair é um candidato que busca apoio no “Centrão”. Na avaliação do delegado Waldir, pesam contra Jovair duas circunstâncias graves: o papel que ele teve no processo de impeachment de Dilma Rousseff e também os vínculos que ele tinha com Eduardo Cunha.

“A relatoria do impeachment deu a Jovair muita visilidade na mídia, mas o enfraqeuceu politicamente”, opinia o deputado. De fato, Jovair não conseguiu apoio fora da base governista, ao passo que Rodrigo Maia tem votos em setores consideráveis da oposição. A própria bancada do PT, por exemplo, já se manifestou em favor de Maia contra Jovair.

Conflito interno

O delegado Waldir já não se sente confortável no PR, o partido que o acolheu depois que ele deixou o PSDB para obter uma legenda para disputar a eleição para prefeito. Na Câmara, Waldir tem assumido posições contrárias à da direção do PR. Tanto que o Partido Republicando anda cogitando expulsá-lo.

O PR está alinhadíssimo com o governo Temer, porém, Waldir já vai ensaiando uma rebeldia. Por exemplo, ele afirma que não vai votar a favor da reforma da Previdência proposta pelo presidente da República. Ele diz que não se alinha ao discurso oficial de que a Previdência esteja deficitária. Ele acha que a Previdência poderia melhorar sua arrecadação, se houvesse empenho do governo em pressionar os sonegadores. “Por que o BNDES, por exemplo, não exige certidão negativa de débitos com a Previdência das empresas a quem concede empréstimos?”, questiona do deputado.

Mesmo se colocando em oposição ao Planalto na questão da reforma da Previdência, Waldir acredita que a atual legislatura vai aprovar tudo que Temer mandar para o Congresso. Mas ele insiste em afirmar que não estará automaticamente alinhado com o governo federal.

 

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