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Novembro roxo: Mês de conscientização sobre o nascimento prematuro

A Campanha Novembro roxo tem o objetivo de conscientizar sobre o nascimento prematuro, ou seja, bebês que nascem com idade gestacional menor que 37 semanas. O mês foi escolhido porque no dia 17 é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade, condição que é a principal causa de óbito em crianças menores de cinco anos no mundo.

“As crianças que nascem precocemente não só têm índice alto de mortalidade, como também podem ter outros problemas, como dificuldades no desenvolvimento digestivo, respiratório, de linguagem e do desenvolvimento global. Muitas ficam com sequelas graves”, afirma a fonoaudióloga e diretora da FonoBabyKids, Daniella de Pádua Salles Brom.

De acordo com a fonoaudióloga, uma equipe multidisciplinar qualificada atendendo junto ao neonatologista dentro da UTI faz toda diferença na avaliação e definição do tratamento adequado para essas crianças.

“Os bebês prematuros podem apresentar baixo peso e muitas vezes têm dificuldade na amamentação. 90% das crianças prematuras precisam de ajuda para desenvolver força de sucção, reflexo de mamar, coordenação das funções neurovegetativas, como sugar, deglutir e respirar”, explica Daniella.

Daniel veio ao mundo com 25 semanas de gestação pesando 810g. A mãe dele desenvolveu complicações por conta de uma infecção urinária que, sem manifestar sintomas, chegou a atingir a placenta e adiantou em várias semanas os sinais de parto. Foram 97 dias na UTI neonatal, desses, mais de 40 entubado.

“Eu ia todos os dias acompanhá-lo, tirar o leite para ele e para os outros bebês internados que precisavam. Era angustiante não poder segurar meu filho, sentir o cheirinho dele”, conta a servidora pública, Angela de Jesus.

A fonoaudióloga Márcia Araújo, também passou por um parto prematuro de trigêmeas na 25ª semana de gestação.

“A gente idealiza uma gestação, tira fotos, planeja chá de fraldas e de repente não tem nada disso. Você se vê ali lutando pela vida das suas filhas. Eu saí do meu papel de profissional da área da saúde e virei mãe. E é muito difícil porque cuidamos do paciente, mas o filho não é seu. A partir do momento que o filho é seu, a dor é muito grande. Mas hoje, elas estão aqui, lindas e saudáveis. Marcela tem um atraso motor devido ao tempo de UTI, mas está vencendo, conseguindo andar, e Mariana é um tronco, já fala, já anda e está super bem”, conta Márcia.

Segundo a coordenadora da UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Ana Amélia Meneses, entre as causas de prematuridade, algumas podem ser tratadas, como a infecção urinária materna, controle do diabetes e da hipertensão.

“Em alguns casos, apesar de um pré-natal bem-feito, não é possível controlar a glicemia e a hipertensão e, em razão do risco que a mãe corre com essas alterações, é indicada a interrupção da gestação antes da hora, com o nascimento do bebê prematuro. O descolamento de placenta é uma emergência obstétrica, com indicação de interrupção imediata da gestação”, diz a médica.

De acordo com Ana Amélia, a principal forma de diminuir os riscos de ter um filho prematuro é fazer um bom acompanhamento médico durante o pré-natal.

“É fundamental a avaliação de um profissional de confiança para que as dúvidas sejam respondidas e as mudanças comuns da gestação sejam compreendidas. Além disso, a adoção de um estilo de vida saudável também é recomendada durante esse período. O pré-natal deve começar cedo, logo após a confirmação da gravidez, para que consultas e exames sejam feitos e o médico possa acompanhar bem de perto a gestante, bem como todo o desenvolvimento do bebê, para evitar riscos de complicações e prevenir o nascimento prematuro”, finaliza a médica.

Confira os principais cuidados que se deve ter com os bebês prematuros:

  • Evitar manuseios pelos profissionais de saúde para diminuir os estímulos externos;
  • Incentivar a adoção do Método Canguru para aumentar o vínculo do recém-nascido e sua família;
  • Ter cuidado especial com banhos, ficando atento à temperatura da água para não causar hipotermia;
  • Manter o bebê sempre em posição confortável dentro dos “ninhos” na incubadora;
  • Estimular o aleitamento materno.

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