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Diagnóstico precoce de hepatite evita lesões irreversíveis no fígado, diz especialista

As hepatites virais são infecções do fígado por vírus que causam inflamação desse órgão. Elas podem gerar sintomas como fraqueza, enjoos, desconforto no abdome e febre e, nos casos mais graves, icterícia (olhos e pele amarelados), sonolência, confusão mental e mesmo coma. Nos casos crônicos, que são aqueles em que a infecção persiste no organismo, o paciente pode evoluir para complicações graves como cirrose e câncer de fígado.

"As hepatites virais principais são a A, B, C, D e E. As hepatites A e E são doenças transmitidas pela via fecal-oral, ou seja, o vírus é eliminado nas fezes do indivíduo contaminado e pode ser transmitido pelo contato pessoal ou por água ou alimentos contaminados. Já as hepatites B, C e D são transmitidas através do sangue ou material contaminado com sangue, via sexual e até mesmo de mãe para filhos", explica Rafael Oliveira Ximenes, médico Gastroenterologista e Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia.

De acordo com o especialista, a hepatite viral mais comum no Brasil é a hepatite C. Ela é a que possui a maior incidência e é responsável por 3 a cada 4 óbitos associados às hepatites virais no Brasil segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2021.

O Hepatologista afirma que tratamento das hepatites B e C é feito com medicações, na grande maioria das vezes por via oral (comprimidos). No caso da hepatite C, o tratamento é por tempo limitado (12 a 24 semanas) e com alta chance de cura (acima de 90 a 95%).

Já o tratamento da hepatite B na maior parte dos casos é por tempo indeterminado, o paciente toma a medicação por toda a vida, mas com alta chance de se controlar o vírus e evitar que a lesão no fígado piore. No caso da hepatite A, a cura é espontânea na maioria dos casos, sendo feito apenas o tratamento de controle de sintomas. Nos casos mais graves de hepatites virais, pode ser necessário transplante do fígado.

"O diagnóstico precoce permite que a hepatite seja tratada e curada antes de causar lesões irreversíveis no fígado e antes do surgimento de complicações como ascite (água na barriga), sangramento digestivo e câncer de fígado. Além disso, o diagnóstico e tratamento precoce ajudam a evitar a transmissão da doença para outras pessoas", ressalta Rafael.

Sara Lorena relata que descobriu uma hepatite B quando precisou fazer um exame para começar estágio em uma empresa.

"Sentia muita dor de cabeça e no fígado. Minha boca ficava amarga, mas nunca fui ao hospital. Só tive o diagnóstico por conta de um exame admissional. O médico me orientou ir ao postinho da minha cidade tomar as vacinas que são divididas em três doses e depois repetir o exame, graças a Deus e as vacinas, hoje estou bem.

Conforme Rafael, a prevenção é essencial para que possamos erradicar as hepatites virais, que é uma meta que a Organização Mundial de Saúde pretende atingir até 2030.

"A prevenção das hepatites A e B pode ser feita através da vacinação. Já a hepatite C, para a qual ainda não há vacina, a prevenção pode ser feita evitando-se compartilhar objetos que possam ter contato com sangue (como material de manicure, lâminas de barbear e escova de dentes), esterilizando adequadamente materiais médicos e odontológicos e evitando-se fazer procedimentos (incluindo tatuagens e piercings) em locais que não seguem as normas da Vigilância Sanitária", informa Rafael.

Ainda em relação à hepatite A, a prevenção pode também ser feita pelo uso da água tratada e filtrada ou fervida, cuidado na preparação dos alimentos e higienização adequada das mãos.

"Todas as pessoas que possuem fatores de risco para hepatites virais e que ainda não fizeram o teste para saber se tem a doença devem o fazer. Isto inclui todos os indivíduos acima de 40 anos, pessoas que possuem múltiplos parceiros sexuais, aqueles que já receberam transfusão de derivados do sangue (em especial antes de 1.993), indivíduos que fazem hemodiálise ou foram submetidos a transplante de órgãos, usuários de drogas e pessoas que já fizeram tatuagens ou colocação de piercing. O teste é um exame de sangue simples e amplamente disponível em todo o Brasil", pontua Rafael.

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