Aparelho nos dentes na 3º idade traz benefícios à saúde
Diário da Manhã
Publicado em 6 de maio de 2018 às 13:27 | Atualizado há 7 anos
Engana-se quem acha que o aparelho nos dentes é coisa de criança ou adolescente. Adultos e idosos também podem usar o aparelho ortodôntico, e corrigir pequenas falhas na mordida e assim melhorar a qualidade da respiração e do sono. Por mais que o metabolismo do tecido ósseo no idoso seja mais lento que entre os jovens, diminuindo a velocidade de movimento dos dentes, alguns tratamentos
ortodônticos são mais rápidos e mais específicos entre essa população. Ao contrário das crianças e adolescentes, a musculatura da mandíbula dos idosos não permite movimentos muito amplos ou drásticos na mordida, mas alterações pontuais são bem-vindas, e trazem resultados importantes. “Quem morde corretamente respira melhor. Um dos problemas frequentes entre os idosos é a apneia do sono, a parada
respiratória quando a pessoa dorme. Com a melhoria da oclusão dos dentes a partir do uso do aparelho, a respiração também melhora, e a incidência de problemas respiratórios cai”, explica a dentista, Michelly Pimenta.
Ela afirma que boa parte os tratamentos ortodônticos no público da terceira idade faz parte da chamada ortodontia pré-protética. “São aparelhos que abrem espaço e preparam a boca para que o paciente receba implantes ou próteses. O uso do aparelho ortodôntico, porém, não previne a instalação da prótese ou do implante, mas ajuda nesse processo”, diz.
Duração do tratamento
Quanto ao tempo de tratamento, Michelly explica que além do metabolismo do tecido ósseo, a duração da correção depender do objetivo do paciente. “Mudança na mordida, por exemplo, pode levar dois anos, enquanto um alinhamento dos dentes da frente chega a oito meses. Como muitos dos tratamentos dos idosos são mudanças específicas, o tempo de tratamento tende a ser menor, em relação ao adolescente e criança”, afirma.
A dentista garante ainda que idade não é limitação para o tratamento ortodôntico, mas algumas condições de saúde sim. Uma delas é a perda de tecido do osso de suporte, ou do periodonto de sustentação. “Como o dente está fixado no tecido ósseo e gengival, qualquer problema nessa região, como as doenças periodontais, pode comprometer o uso do aparelho ortodôntico”. “Comparativamente, o paciente adulto ou idoso tem menos ossos de suporte em relação à criança e adolescente. Infelizmente, não tem como corrigir isso”, completa a especialista.
Medicamentos que atuam no metabolismo ósseo e gengival também afetam o tratamento, bem como pacientes com deficiência de cálcio. “É importante que o paciente relate ao ortodentista todas as doenças crônicas e medicamentos que faz uso, para que faça a avaliação das interações entre os remédios e para poder prescrever o tratamento mais adequado”.