Cientistas brasileiros desenvolvem remédio capaz de restaurar movimentos em tetraplégicos
DM Redação
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 17:58 | Atualizado há 2 horas
Pesquisadores brasileiros desenvolveram um medicamento experimental que devolve mobilidade a pessoas com lesões na medula espinhal. O composto, chamado polilaminina, foi criado a partir da proteína laminina, encontrada na placenta e no sistema nervoso.
O bancário Bruno Drummond de Freitas recebeu a polilaminina 24 horas após sofrer um grave acidente de carro. Os médicos acreditavam que ele passaria o resto da vida em cadeira de rodas. No entanto, ainda no hospital, conseguiu mexer o dedão do pé e, com o tempo, recuperou completamente os movimentos.
A pesquisa também aplicou o medicamento em cães com lesões severas na medula. Entre seis animais tratados, quatro voltaram a andar, o que reforça o potencial da polilaminina como alternativa segura e eficaz às terapias com células-tronco.
O estudo, que levou 25 anos, foi liderado pela professora doutora Tatiana Sampaio, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A iniciativa contou com apoio da Faperj e colaboração de neurocirurgiões, fisioterapeutas e outros especialistas.
A equipe aguarda autorização da Anvisa para ampliar os testes clínicos e viabilizar a regulamentação do medicamento. Caso receba aprovação, a polilaminina poderá chegar ao mercado como uma solução inédita para pacientes tetraplégicos.
Para Caroline Alves, presidente da Faperj, a descoberta representa um marco: “Ver que algo que nasceu em laboratório já transforma vidas mostra o poder da ciência brasileira.”
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