Saúde

Cuidados com quem já viveu muito

Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 23:16 | Atualizado há 7 anos

Quando se tem um idoso em casa sabe-se como a rotina é par­te imprescindível do cotidiano, muitas pessoas acreditam que isso pode ser nocivo ao cérebro, mas ela só será se não tiver atrela­do aos desafios do dia a dia.

Muitas vezes as pessoas ti­ram os desafios diários, com a intenção de tornar mais sim­ples a realização dos afazeres, o ideal é deixar com que o ido­so elabore sua rotina e a des­creva e anote em um caderno ou planilha para ser lembrada e colocada em prática, esse é um exercício que faz bem para ele e para a família.

Visando melhorar a quali­dade de vida da melhor idade, a cuidadora Silvia Camila, fran­queada de uma rede de cuida­dores de idosos do Brasil, dá al­gumas dicas práticas de como cuidar dos idosos de maneira segura e acolhedora.

AGENDA

Estimulá-lo a agendar seus próprios médicos e exames, mantendo, sempre, uma agen­da a mão, para anotar os com­promissos. Colaborar para que as atividades presentes no dia a dia sejam, em sua maioria, rea­lizadas na mesma ordem, isso trará segurança ao idoso. Mas, lembre-se, vez ou outra é neces­sário e esperado pelo cérebro que algo seja alterado, para ti­rar o idoso do modo automático e assim gerar autonomia.

HIGIENE

O momento de higiene é rico em oportunidades de estímu­lo cognitivo, peça ao idoso que pegue os utensílios necessários para a higiene corporal ou bu­cal, separe-os por utilidade, por cor ou por marca, pode-se soli­citar que seja higienizada de­terminada parte do corpo ou orientar qual sequência de hi­giene deve ser feita, por exem­plo, comece lavando a cabeça, depois as axilas, a barriga e as­sim por diante.

Também se pode colocar outros conceitos, como direi­ta/esquerda, em cima/em bai­xo, para dentro/para fora, pe­dir que o ele soletre o nome do shampoo, por exemplo, ou da pasta de dente é um caminho bem interessante.

Essas atividades podem ser aplicadas à higiene bu­cal, corporal e íntima, pres­te atenção, somente, para que áreas molhadas da casa, como os banheiros, não ofe­reçam risco de queda.

ALIMENTAÇÃO

A alimentação é um mo­mento de socialização entre as pessoas e pode ser usado de diversas formas para ajudar o idoso a se manter ativo. As mu­lheres são as mais beneficia­das nos estímulos aplicados ao preparo das refeições.

Peça que separe os legumes das verduras, que as higienize, corte ou coloque em um deter­minado local. Também pode ser solicitado que seja explica­da como deve ser feito um ali­mento ou uma receita. Seguir receitas é outro ponto que vale a pena colocar na rotina, mas você pode fazer pequenas alte­rações para deixar o cérebro li­gado na atividade, afinal é um desafio que o idoso não espe­rava. Após preparada, pode ser solicitado que coloque em um determinado local o alimento, como em uma tigela quadrada, por exemplo, e que esta deve ir à mesa do lado direito.

Uma simples ação e muitas informações legais. Ao servir a refeição, ele pode ser lembrado de escolher o que quer comer, quantidade, cores dos alimen­tos, classificação de cada item que está à mesa, por exemplo, sal se compra no mercado e cenou­ra no hortifrúti. Mas, atenção! A cozinha é um local com muitos utensílios que podem oferecer risco. Por isso, essas atividades devem ser feitas com a supervi­são de outra pessoa.

ROUPAS

Vestir-se é uma atividade de um grau de dificuldade interes­sante. O cérebro precisa linkar várias informações ao mesmo tempo, como a temperatura do dia, o compromisso do dia, a cor, o estilo, entre outras verten­tes. Peça que o idoso cheque a temperatura do dia para decidir se coloca roupas de frio, calor ou meia estação. Depois as peças podem ser separadas e ele esco­lher qual quer colocar e que cor combina com o que foi escolhi­do. As mulheres podem ser es­timuladas a escolherem joias e outros adornos que combinem com a vestimenta.

Enquanto os homens a esco­lherem gravatas, meias, lenços, relógios, a conversa pode ser em torno das roupas usadas nas di­ferentes fases da vida, como na adolescência e na vida adulta.

O ato de vestir-se também é bem interessante, pois requer a capacidade de lembrar o mo­vimento que precisa ser feito e ao fazer envolve os aspectos motores e cognitivos. Por isso o idoso que tem condições de fazer todo o processo não deve ser barrado, pois além de se tratar de estímulo é uma óti­ma oportunidade de sentir-se ativo e dono das próprias deci­sões, ciclo que irá gerar autoes­tima e bem estar.

LAZER

As atividades de lazer, prin­cipalmente as que são ao ar li­vre oferecem estímulos cogniti­vos e motores. Encontrou uma flor no meio do caminho?

Porque não conversar so­bre as cores, nome, onde deve ser plantado, como cuidar de uma flor. Chegou a um gran­de campo verde, é hora de ti­rar os sapatos e caminhar na grama, sentindo a textura, o desnível do solo e as sensa­ções que veem com esse con­tato com a natureza.

Saiu para caminhar, que tal atrelar a ação motora a uma ati­vidade cognitiva? Pode ser pro­blema matemático ou uma ta­buada. Pode ser uma música e cantarola-la durante o percurso.

Bingos e chás com as amigas são, por si só, momentos de gran­de atividade para o cérebro. En­tão, sempre que tiver oportuni­dade, o convite deve ser aceito.

O dia a dia pode ser muito in­teressante, desde que os olhos es­tejam treinados a enxergar essa possibilidade e o cérebro dispo­nível para entender como uma oportunidade ímpar de ser esti­mulado. Não perca esse momen­to de acordar seus neurônios.

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