DIU para todas
Diário da Manhã
Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 01:16 | Atualizado há 7 anos
O Ministério da Saúde ampliou o acesso ao DIU de cobre, método contraceptivo não hormonal, na rede pública de saúde. Agora, o dispositivo será oferecido em maternidades para mulheres no pós-parto ou no pós-abortamento. Antes, o acesso era somente via Unidades Básicas de Saúde. O Dispositivo Intra-Uterino não hormonal também passará a ser oferecido em maternidades.
O objetivo do Ministério é que o acesso ao contraceptivo seja ampliado para esse grupo de mulheres. Elas poderão ter alta do hospital com o dispositivo já inserido, caso optem pelo método. A regulamentação da oferta do DIU publicada no Diário Oficial da União do último dia 7.
O DIU poderá ser inserido até 10 minutos após a saída da placenta, para diminuir as chances de rejeição, mas ficará disponível para a mulher por até 48 horas. Caso a inserção não seja feita nesse prazo, será preciso esperar 40 dias para realizar o procedimento, diz o ministério. No caso de aborto, o DIU deve ser colocado após a curetagem.
Trata-se de uma política de incentivo ao uso do DIU, que é mais barato e tem maior duração (em torno de 10 anos de eficácia), diz a pasta. Hoje, o método é menos difundido no Brasil, apesar de estar disponível na rede pública de saúde gratuitamente desde 2000. A pílula anticoncepcional costuma ser a primeira opção.
Segundo o Ministério, o método tem uma eficácia de 99,3% e a pílula pode falhar em torno de 6% das vezes em função de esquecimentos ou de interação com outros medicamentos. O DIU é distribuído em todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal. Segundo a Pesquisa Nascer Brasil (2014), o índice de gravidez indesejada é de 55% no país e a taxa chega a 66% em adolescentes.
O Diário da Manhã conversou com o ginecologista Eduardo Cruz sobre o assunto e ele afirma que, por não ter hormônio, o DIU pode ser usado em pacientes com contraindicações a anticoncepcionais e ressalta que é um método seguro e eficaz. O DIU de cobre dura 5 anos no organismo e deve ser usado por casais com vida estável e deve ser evitado por mulheres com múltiplos parceiros. Apesar de não causar infecção, ele pode agravar uma infecção que for contraída na sua presença com sequelas no útero e trompas.
“Mesmo com 99,6% de eficácia, o DIU de cobre deve ser evitado em casos de anemia severa e por mulheres que tem cólicas intensas, pois ele pode aumentar o fluxo menstrual. O procedimento particular fica em torno de 700 reais e pode ser retirado a qualquer momento e a reversibilidade do método é imediata” explica.
Cruz ainda ressalta que o contraceptivo pode ser usado já na adolescência e é recomendado pela Sociedade Americana de Pediatria. Ele é contraindicado em DSTs, sangramentos de origem desconhecida, má formações ou distorções do tamanho ou formato do útero e doença de Wilson, que produz excesso de cobre.
CONFIRA A SEGUIR OS PRÓS E CONTRAS DO MÉTODO :
- Vantagens
– Não ter de se lembrar de tomar ou trocar o anticoncepcional
– Não interfere nas relações sexuais
– Pode ser removido quando a paciente desejar
– É um método contraceptivo reversível
– Pode ser inserido durante a amamentação
– Pode ser indicado para mulheres que apresentam contraindicações ao uso de estrogênio
- Desvantagens
– Aumento no volume de sangramentos e cólicas
– Dor e pequeno risco de perfuração uterina durante a colocação
– Dores durante o período menstrual com o uso de DIU de cobre
– Sangramentos discretos e independentes do período menstrual com o uso de DIU de progesterona