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Homem passa 43 dias na UTI por diagnóstico tardio de HIV

As expectativas de sobrevivência eram mínimas, mas hoje recuperado, ele ressalta a importância dos exames e diagnóstico precoce para que a doença não mate

Imagem ilustrativa da imagem Homem passa 43 dias na UTI por diagnóstico tardio de HIV

Um homem quase morreu devido à falta de exames para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Em agosto de 2021, o consultor de informática Luís Chacon, de 56 anos, deu entrada no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), com insufuciência respiratória aguda. Como ele não conseguia sequer andar, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Uma bateria de exames fez com que a equipe médica chegasse ao diagnóstico de pneumocistose, que é uma doença causada por um fungo e que acomete pessoas com o sistema imunológico comprometido, e que se não tratada, pode levar à morte.

A causa de um sistema imunológico tão comprometido era o HIV, doença causada pela AIDS, e que não pode ser tratada com os medicamentos de profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP), por conta do quadro de pneumocistose.

Luís passou 43 dias internado no hospital, que é gerido pelo Hospital Albert Einstein. Durante 21 dias, apresentou uma piora no quadro enquanto esteve intubado. A imunidade baixa era a porta de entrada para infecções hospitalares.

As filhas dele, que moram no México, foram chamadas para vir à Goiânia, pois as chances de sobrevivência nesse caso estavam desanimando a família e os médicos.

Um tempo depois, ele começou a apresentar uma melhora e foi extubado. Luís passou alguns dias sob obserrvação e logo recebeu alta.

Esposa fez exame duas vezes e não foi diagnosticada

Luís afirma que teria tido relacionamentos anteriores e que suspeitava ter o HIV, mas não fez o teste. A esposa Mara Almeida, de 45 anos, é enfermeira e trabalha no hospital onde ele foi internado. Ela teria conversado com o marido a respeito da possibilidade de ele portar o vírus, mas ele não foi atrás do diagnóstico.

Quando Luís foi diagnosticado, Mara prontamnte realizou o exame e, para a surpresa dela e do marido, o exame deu negativo. Após um mês ela realizou o exame novamente e, mais uma vez, o resultado negativou.

15 dias depois da alta hospitalar, Luís está de volta ao trabalho, mesmo com algumas limitações. Além disso, ele toma os medicamentos para o HIV todos os dias e faz exercícios físicos para recuperar a imunidade. “Achava que não iria nem andar mais, quem dirá malhar”, diz.

Conscientização

Com foco em cuidados com a saúde durante a comemoração do carnaval, bem como para tratar da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, a equipe de recursos humanos do HMAP realizou uma peça de teatro no auditório para cerca de 200 colaboradores. Depois da peça, Luis e Mara deram seus depoimentos, sensibilizando a plateia.

No dia 18 de fevereiro, Luís deu um depoimento para os profissionais do HMAP e ressaltou a importância para os cuidados e prevençao durante o Carnaval. Ele tem como objetivo conscientizar as pessoas a realizarem exames e ressalta a importância do diagnóstico, antes que seja tarde.

A abertura do evento foi do diretor médico Felipe Piza, que é infectologista. “A gestão Einstein está aqui para entregar vidas mais saudáveis aos aparecidenses e temos que começar a fazer isso pelos nossos colaboradores”, afirmou.

Para humanizar cada vez mais o ambiente hospitalar, compartilhar experiências e conhecimento, bem como cuidar da segurança de pacientes e colaboradores, as equipes assistencial, multiprofissional e de recursos humanos têm promovido ações educativas e de aperfeiçoamento: cursos, palestras, apresentações culturais.

Como funciona a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)

De acordo com o médico Murilo Calabria, intensivista e infectologista do Einstein atuando no HMAP, a PrEP é um dos métodos disponíveis para a prevenção à infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirira. “Trata-se de uma estratégia de prevenção combinada, entre outras disponíveis, não excludentes e que podem e devem ser somadas, que proteje o indivíduo antes de ter uma relação sexual de risco para o HIV. Consiste na tomada diária de um comprimido que, em linhas gerais, é capaz de bloquear os caminhos que o vírus usa para infectar o organismo.”

Ele afirma que a PrEP não exclui, por exemplo, o uso do preservativo (camisinha), que, além da prevenção ao HIV, protege contra outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A PrEP está indicada para indivíduos com risco aumentado de infecção pelo HIV, como aqueles que, por algum motivo, têm dificuldades em utilizar o preservativo, que têm quadros recorrentes de ISTs, e em situações de relacionamentos sorodivergentes. Ou seja, quando uma pessoa tem HIV e a outra não.

A PrEP está indicada, ainda, para homens gays, transexuais, trabalhadores(as) do sexo e para aqueles que, repetidas vezes, recorrem ao uso de uma prevenção considerada de urgência, utilizada após um possível risco de contágio pelo HIV, denominada Profilaxia Pós-Exposição (PEP).

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