Paciente com HIV avançado tem caso mais longo de Covid-19 ativa já registrado: 776 dias
DM Redação
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 10:17 | Atualizado há 19 horas
As análises revelaram uma adaptação viral específica ao hospedeiro
Um homem de 41 anos, com HIV avançado e sem tratamento regular, tornou-se o caso mais longo de infecção ativa por Covid-19 já documentado. Pesquisadores da Universidade de Boston relataram sua batalha de 776 dias contra o coronavírus, encerrada com seu falecimento. O paciente manifestou sintomas leves, como tosse persistente, cefaleia e fadiga, em maio de 2020. O diagnóstico oficial ocorreu apenas em setembro, após uma piora significativa em seu estado respiratório.
A equipe médica coletou amostras frequentes entre março de 2021 e julho de 2022 para análise genômica. Os cientistas identificaram 68 mutações no vírus, algumas com semelhanças a variantes de preocupação que emergiram globalmente após o início de sua infecção. As análises revelaram uma adaptação viral específica ao hospedeiro, um processo evolutivo que pode ter limitado a capacidade de transmissão do patógeno.
A carga viral permaneceu ativa durante todo o período, detectável em testes de PCR realizados até dois dias antes do óbito. A causa da morte não teve relação direta com a Covid-19. O caso, publicado na revista The Lancet Microbe, ilustra o risco de evolução viral prolongada em indivíduos imunocomprometidos e a necessidade crítica de monitoramento rigoroso desses pacientes.
Foto: Reprodução
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