Saúde

Saúde digestiva: quando a gastrite passa a ser preocupante

Redação DM

Publicado em 27 de maio de 2022 às 16:38 | Atualizado há 3 anos


Todos já sentimos desconforto no aparelho digestivo ao menos uma vez na vida, sejam náuseas, azia ou mal-estar. Mas quando estes sintomas se intensificam e prejudicam o rendimento no cotidiano é preciso ficar alerta, pois mais sintomas podem aparecer e o diagnóstico ser certeiro: gastrite.

De acordo com a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), cerca de 2 milhões de brasileiros convivem com a doença. A gastrite traz consigo uma série de sintomas indesejados, como dor na boca do estômago, queimação, azia, enjoos (náuseas) e mesmo vômito, além disso pode acontecer a sensação de estar sempre cheio.

O cirurgião digestivo Renan Marangoni, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica que vários fatores podem causar a doença.

“A gastrite pode ser causada por muitos fatores como uso de medicamentos, álcool, cafeína, drogas e mesmo por estresse físico ou emocional, além de fatores alimentares ou tabagismo. Há também causas infecciosas, entre as quais tem se tornado mais comum a H. Pylori, bactéria específica do estômago e associada a formação de úlceras”, afirma.

O médico faz alerta para a presença da bactéria no estômago, que pode causar até mesmo câncer.

“O Helicobacter Pylori é uma bactéria que vive no estômago e causa infecção do mesmo. Durante o processo infeccioso do H. Pylori ocorre a gastrite. Sabe-se que esta condição, quando presente, aumenta as chances de úlceras gástricas e até mesmo de câncer de estômago”, alerta.

Não se sabe ainda se a doença possui fatores genéticos. Segundo o médico, pessoas da mesma família podem ter a condição devido a a fatores ambientais em comum, onde comem os mesmos alimentos e bebem a mesma água, expondo-se aos mesmos fatores de risco.

Ele explica também os diferentes tipos de gastrite, que pode ir de aguda a crônica, ou ser causada por outros fatores.

“Pode ser aguda, associada a uma condição que começa de maneira rápida e desperta sintomas; ou crônica, quando se desenvolve ao longo do tempo. Ainda pode ser causada por medicamentos, bebida alcoólica ou outras substancias ingeridas, conhecida como gastrite reacional ou ainda ser secundária a estresse e fatores emocionais”, explica.

A ingestão de bebidas como cafeína, refrigerantes e alimentos industrializados aumenta as chances para o desenvolvimento da gastrite. “Pode-se evitar a gastrite adotando-se hábitos alimentares saudáveis, consumindo vegetais e alimentos crus adequadamente higienizados e com muita atenção a água consumida, para que não seja contaminada”, afirma Renan, como forma de prevenir a doença.

O tratamento, segundo o cirurgião, varia de caso a caso. “Na gastrite por H. Pylori há tratamento com antibióticos; ou nas relacionadas a medicamentos, é necessário suspender o uso dos medicamentos que causaram a doença e indicar outros para tratamento do estômago”.

“A gastrite pode ser curada em muitos casos, mas é uma doença que pode voltar, da mesma forma como você pode se curar de uma gripe e algum tempo depois ficar gripado novamente”, conclui.

Para evitar a doença ou a piora dos sintomas, o médico recomenda uma alimentação natural, evitando industrializados.

“Frutas, legumes, verduras, grãos e proteínas, desde que adequadamente higienizados e preparados são os melhores alimentos para o ser humano; entretanto algumas pessoas podem ter sensibilidade ou até mesmo incapacidade de digerir alguns destes alimentos”, explica.

Para que o paciente com gastrite obtenha uma melhor qualidade de vida, o médico ressalta a importância do acompanhamento nutricional.

“Outro profissional fundamental ao se imaginar uma dieta para melhoria de qualidade de vida é o nutricionista. Profissional este que ajuda a desenhar um plano dietético adequado para o objetivo de cada indivíduo”, conclui.

Leia também


Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias