Saúde

SUS e os novos tratamentos para dermatite atópica

DM Online

Publicado em 3 de junho de 2025 às 14:10 | Atualizado há 2 dias

O SUS (Sistema Único de Saúde) passou a oferecer tratamento para dermatite atópica, doença crônica que afeta mais crianças e causa inflamações na pele, com lesões e coceiras intensas. Foram incorporados três novos medicamentos que possibilitam tratar a condição desde as fases iniciais até quadros mais graves.
A medida foi anunciada pelo Ministério da Saúde na terça-feira (26) com a publicação de três portarias que incluem no SUS duas pomadas para a pele —o tacrolimo e o furoato de mometasona— e o medicamento oral chamado metotrexato.
O tacrolimo fortalece a barreira cutânea (proteção natural da pele) e trata lesões em áreas sensíveis sem causar efeitos colaterais comuns dos corticoides tópicos, como afinamento da pele, vermelhidão e maior risco de infecções locais. Já o furoato de mometasona ajuda na cicatrização rápida e aumenta a adesão ao tratamento, enquanto o metotrexato oral controla as crises da doença e reduz a necessidade do uso prolongado de corticosteroides sistêmicos.
Com recomendação favorável da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), o tacrolimo tópico e o furoato de mometasona poderão tratar pessoas que não podem utilizar corticoides ou apresentam resistência aos tratamentos até então disponíveis.
O Ministério da Saúde afirma que o metotrexato será utilizado no manejo da dermatite atópica grave, principalmente para pacientes que não podem utilizar a ciclosporina, outro medicamento já disponibilizado na rede pública.
A pasta destaca que os novos medicamentos permitirão tratamentos mais personalizados e com menos efeitos colaterais, ajustados à gravidade da condição. Além disso, ressalta a importância de combater os estigmas sociais enfrentados por pessoas com lesões visíveis na pele, que podem causar preconceitos e impactar negativamente a vida social e a qualidade de vida de crianças e adultos acometidos pela doença.
A dermatite atópica é uma doença não contagiosa, genética e crônica, caracterizada principalmente por coceira intensa e pele ressecada. Ela afeta especialmente as áreas de dobras do corpo, como a parte frontal dos cotovelos, atrás dos joelhos e o pescoço. Em crianças pequenas, o rosto é frequentemente uma área afetada.
Para acessar a assistência pública, o paciente deve buscar a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima de sua residência. Após a avaliação clínica, caso seja necessário, o paciente será encaminhado para consulta com especialista, a fim de obter um diagnóstico preciso e definir o tratamento adequado.
TRATAMENTO ATUAL DA DOENÇA NO SUS
A rede pública de saúde disponibiliza outras três alternativas para o tratamento da doença: duas pomadas aplicadas diretamente na pele, o creme de dexametasona (1 mg/g) e o creme de acetato de hidrocortisona (10 mg/g – 1%), ambas consideradas de baixa potência. Para quadros mais graves, a ciclosporina oral é oferecida como opção.
Entre 2024 e 2025, foram realizados mais de mil atendimentos hospitalares e mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais relacionados à dermatite atópica em todo o sistema público de saúde do Brasil. O acompanhamento inclui consultas especializadas, exames e a prescrição de medicamentos conforme o estágio da doença.
O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas, prevenir crises, tratar infecções quando necessárias, reduzir os riscos associados às terapias e restaurar a saúde da pele. Em casos leves, a maioria dos pacientes obtém bons resultados com terapias tópicas, que englobam o uso de hidratantes, emolientes, ajustes nos hábitos de banho, fototerapia, curativos e mudanças comportamentais. Já para formas moderadas e graves, o tratamento pode incluir também medicamentos como corticoides, comprimidos e soluções orais.

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