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Caiado e Tarcísio: Bolsonaro é o maior líder político do país

Governadores de Goiás e São Paulo, cotados para disputa presidencial de 2026 reprovaram política fiscal e condução da segurança pública do governo Lula

Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas: elogios ao ex-presidente Jair Bolsonaro e críticas ao governo Lula Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas: elogios ao ex-presidente Jair Bolsonaro e críticas ao governo Lula

Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), concordaram na avaliação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o maior líder político do país atualmente e criticaram o governo Lula (PT) e a polarização durante evento, segunda-feira (22), em São Paulo.

Apontados como possíveis nomes do campo bolsonarista para a eleição presidencial de 2026, Tarcísio e Caiado exaltaram Jair Bolsonaro ao serem indagados sobre o tema pelo jornalista William Waack, mediador de um dos debates de um seminário promovido pelo grupo Esfera na capital paulista.

Ambos elogiaram a capacidade de mobilização do ex-presidente, citando as manifestações que ele convocou em São Paulo em fevereiro e no Rio de Janeiro neste domingo (21), nas quais houve pedidos de anistia para os réus do 8 de janeiro e ataques ao Judiciário.

“Ninguém consegue arrastar multidão, ninguém tem tanto carisma, ninguém consegue arrastar tantas pessoas, ninguém consegue estabelecer um movimento como Jair Bolsonaro conseguiu”, disse Tarcísio, que foi ministro do ex-presidente

O governador de São Paulo afirmou ainda que Bolsonaro “é um cara que tem que ser estudado, é um fenômeno e é o maior líder político brasileiro”. Tarcísio afirmou que é “hora de descomprimir” o ambiente político e que a população está “de saco cheio”. O ex-presidente está inelegível, mas articula um projeto político para impulsionar a direita no pleito municipal deste ano de olho em 2026.

Capacidade de Bolsonaro

Caiado, que lembrou ter uma trajetória de décadas na política, disse que a maior liderança que já presenciou em atuação foi, “indiscutivelmente”, Bolsonaro. “Ninguém teve a capacidade de fazer como Bolsonaro consegue, em levar, mesmo sem ter o direito aos seus futuros mandatos, ser candidato, neste momento, e como ex-presidente da República, fazer o que nós assistimos na Paulista, fazer ontem [domingo] em Copacabana.”

Críticas a Lula

No palco, os dois governadores evitaram se colocar como aspirantes ao Palácio do Planalto. Eles, no entanto, fizeram uma dobradinha para criticar o governo Lula, sobretudo na área econômica, mas também em outros temas, como a segurança pública, que foi descrita como um dos maiores problemas nacionais.

Tarcísio e Caiado demonstraram preocupação com a situação fiscal do país. O governador de São Paulo disse que há um risco envolvendo as contas públicas que “vai drenar oportunidades do Brasil”, e esse processo já está em curso, com desvantagens em comparação com outros países. Também afirmou que o fôlego dado pela reforma da Previdência, de 2019, está se esvaindo com a fórmula de reajuste do salário mínimo.

Para o governador paulista, o governo federal “não faz o que deveria fazer em termos de redução de despesa”, e o Brasil “está preso nessa armadilha de baixo crescimento”, em declaração que foi aplaudida pela plateia, formada por empresários, executivos e outros agentes ligados aos universos político e econômico.

Caiado disse haver um “desastre no atual governo” no âmbito fiscal, com o país caminhando “para um processo de total descontrole”, cobrou “respeito ao dinheiro público”, citou o déficit de R$ 230,5 bilhões no primeiro ano de Lula e chamou de “uma piada” o arcabouço fiscal, que “já foi revogado no primeiro ano”. O goiano vocalizou ainda a queixa de que a União falha em colaborar com os estados, que têm responsabilidades em áreas vitais para a população, como saúde, segurança e educação, mas sofrem com caixas esvaziados.

Sem fazer referência direta a Lula, Caiado disse que “as ações precisam vir acompanhadas de resultados” e disse que um governante precisa assumir o cargo “com independência moral e intelectual, para que possa implantar aquilo que a sociedade deseja”.

Polarização política

Os dois governadores avaliaram a polarização no país como negativa, mas consideraram que o processo é finito. “O Brasil tem muita resiliência, potência, força. Tanta força que sobrevive a esses governos ruins. Vai sobreviver ao que está acontecendo agora”, disse Tarcísio, apostando em uma acomodação. Também afirmou que o Brasil tem hoje “uma centro-direita muito mais preparada, que aprendeu com os erros” e é, segundo ele, capaz de “apontar a direção correta e colocar o Brasil num caminho de prosperidade, liberdade econômica, [apreço à] iniciativa privada e política social com mais inteligência”.

Caiado disse que o presidente deveria se preocupar “apenas com o país”, atuando com os governadores por “políticas de resultado” e sem “ficar no enfrentamento”. “Se você ganhou uma eleição, você tem que ir é para a frente”, afirmou, perguntando se um presidente é eleito “para governar ou para debater”.

“A pauta do presidente não pode ser de bate-boca pra lá e pra cá. É de fazer as coisas acontecerem”, pontuou o goiano, em alusão à postura de Lula. Ele caracterizou a polarização como um círculo vicioso, que a longo prazo vai prejudicar, sobretudo, a população, porque não produz resultados concretos.

Tarcísio disse que o fenômeno é deletério, mas considerou que a responsabilidade de rompê-lo não é apenas de Lula e Bolsonaro, mas de toda a sociedade e das instituições, inclusive o Supremo Tribunal Federal. “Porque a cabeça do Judiciário é o STF”, justificou, sobre a corte atacada pelo bolsonarismo.

O paulista evitou se aprofundar no papel que caberia ao tribunal, afirmando apenas que “está na hora de descomprimir” o ambiente político. “A gente tem que ter uma porta de saída. A gente não pode mais conviver com a pressão que existe. Está na hora de começar a ser razoável”, apregoou. “A população está cada vez mais de saco cheio, ninguém aguenta mais, e acho que ela vai dar o tom. Tem muita gente incomodada com o que está acontecendo em várias esferas”, disse Tarcísio, insistindo em medidas como corte de gastos públicos e medidas de incentivo ao empresariado.

“Temos que governar com o espírito de JK”, diz governador de Goiás

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

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