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O governador Ronaldo Caiado em reunião o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu](https://cdn.dm.com.br/img/Artigo-Destaque/130000/1200x720/Artigo-Destaque_00135486_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dm.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F130000%2FArtigo-Destaque_00135486_00.jpg%3Fxid%3D652089%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721214805&xid=652089)
O governador Ronaldo Caiado foi recebido, nesta terça-feira (19/03), pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma audiência que abordou a guerra contra o Hamas e também a relação do país com o Brasil. O goiano esclareceu ao líder israelense que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de comparar a situação da Faixa de Gaza ao Holocausto, não representa o pensamento dos brasileiros. “Deixamos claro que foi uma fala infeliz”, esclareceu.
“Vocês são bons amigos de Israel, e estou muito contente em tê-los aqui”, disse Netanyahu a Caiado e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O encontro, que durou cerca de uma hora, foi realizado a portas fechadas na sede oficial do governo israelense, em Jerusalém. Depois da audiência, Caiado explicou, em vídeo, que o primeiro-ministro agradeceu a presença da comitiva brasileira e “deixou claro a sua amizade pelo Brasil”.
Netanyahu deu detalhes sobre o ataque sofrido por Israel, em 7 de outubro do ano passado, que resultou na morte de 1,2 mil pessoas e o sequestro de outras centenas. “A barbárie que fizeram é algo inimaginável”, pontuou Caiado. Sobre o conflito, que já dura mais de cinco meses, o governador explicou que a meta de Israel é libertar “todos os que foram sequestrados para que possa, aí sim, ter o momento de pacificação”. Pelo menos 134 pessoas seguem reféns do Hamas, entre elas, um brasileiro.
Caiado disse, ainda, que o primeiro-ministro israelense está convicto do triunfo sobre o grupo terrorista que se articulou para matar judeus. Na audiência, Netanyahu lamentou a morte de tantos civis e relatou a estratégia do Hamas de usar as pessoas sequestradas, e a sua própria população, como escudos humanos na Faixa de Gaza.
Mais compromissos
Caiado cumpre, nesta terça-feira (19/03), o terceiro dia de agenda em Israel. Pela manhã, se encontrou com o presidente Isaac Herzog. O anfitrião agradeceu o apoio e a “demonstração de solidariedade”. “Amamos o povo brasileiro, e sabemos que ele nos ama também. Juntos, temos de construir a base para um mundo melhor”, declarou o líder israelense ao explicar que o país está empenhado em se defender. “Não estamos atacando o povo palestino. Estamos numa guerra contra o Hamas. Somos uma nação que ama a paz.”
Caiado declarou que o ódio cultuado contra judeus é preocupante, e que Israel tem tentado “conduzir o território à paz”. Sobre o atentado sofrido em 7 de outubro, contou ao presidente que o Governo de Goiás homenageou as vítimas com a recente inauguração do parque “Am Israel Chai”, em Goiânia. “Instalamos o primeiro memorial [fora de Israel], com 1,2 mil árvores plantadas”.
Na sequência, a comitiva brasileira esteve no Yad Vashem, que é o Museu do Holocausto localizado em Jerusalém. Ali, Caiado deixou uma coroa de flores em homenagem às vítimas do nazismo. Durante a visita, o governador ainda teve um momento de reflexão no Hall da Memória, ambiente do museu onde está instalada a Chama Eterna, que nunca apaga. Ela é o símbolo de que os seis milhões de judeus mortos jamais serão esquecidos.
“É muito forte, não é fácil. Você sai de lá até ansioso com tudo que assiste. São cenas pesadíssimas. Eles deram conta de reproduzir a maneira com que os judeus foram tratados na Segunda Guerra e também fizeram uma réplica dos campos de concentração. Foram mais de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto”, contou Caiado.
A missão internacional segue até quinta-feira (21/03) com visitas a indústrias aeroespaciais; a startups das áreas de mobilidade e acessibilidade; e aos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. O governador goiano também deve se encontrar com parentes dos reféns do Hamas e com uma comunidade brasileira na cidade de Ra'anana.