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Outubro Rosa: Uma história inspiradora em meio à luta contra o câncer de mama

Cláudia Maria Panziera Moraes, uma sobrevivente de câncer de mama, transforma sua luta pessoal em uma missão de apoio a outras mulheres

TURBAHAIR: A inspiração e coragem de Cláudia Maria Panziera Moraes na luta contra o câncer de mama (Foto: Reprodução/Instagram) TURBAHAIR: A inspiração e coragem de Cláudia Maria Panziera Moraes na luta contra o câncer de mama (Foto: Reprodução/Instagram)

À medida que o mês de outubro se enche de tons de rosa em todo o mundo, celebrando o Outubro Rosa e conscientizando sobre o câncer de mama, uma história inspiradora emerge da jornada de Cláudia Maria Panziera Moraes, uma advogada, professora, mediadora e conciliadora de 58 anos. Sua batalha pessoal contra o câncer de mama a levou a criar a TurbaHair, uma iniciativa que oferece apoio e esperança a outras mulheres enfrentando desafios semelhantes.

Cláudia, que passou três décadas como diretora de uma escola em São José dos Campos, interior de São Paulo, recebeu o diagnóstico de câncer de mama aos 53 anos em 2018, transformando sua vida de maneira inimaginável.

Ao receber a notícia do diagnóstico, Cláudia sentiu o mundo desabar sobre sua cabeça, mas não hesitou em enfrentar o desafio de frente. "Claro, como era de se esperar, o mundo desabou sobre minha cabeça," Cláudia compartilha suas primeiras reações ao diagnóstico. "Precisei fazer uma cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Pacote completo".

O diagnóstico de Cláudia apontava para um câncer hormonal, embora os testes genéticos não tenham encontrado marcador genético, mesmo com histórico de câncer na família.

Desde o início, confiou na equipe médica e seguiu as orientações, mesmo com o receio inicial, ela não se deixou abalar e encarou o tratamento com coragem.

Cláudia iniciou a quimioterapia em novembro do mesmo ano e, determinada, raspou a cabeça antes que o cabelo caísse. Além de toda sua luta, Cláudia ainda resguardou sobre sua mãe sobre sua doença, já, que vivia com ela, e na época ela tinha 89 anos e é uma pessoa muito sensível. De acordo com Cláudia, até hoje, sua mãe não sabe sobre sua batalha.

“Como não podia ficar careca na frente dela, optei pela prótese capilar. É uma espécie de peruca, feita sob medida. Só tirava quando estava longe dela, enfrentei meu tratamento durante todo verão daquele ano e sentir, realmente, com muito calor na cabeça” contou.

A jornada de tratamento de Cláudia levou a uma autorreflexão profunda e ao desenvolvimento de uma ideia revolucionária. Enquanto enfrentava a perda de cabelo devido à quimioterapia, ela percebeu que as alternativas disponíveis no mercado não atendiam às suas necessidades de conforto e autoestima.

"Eu não conseguia me adaptar com nenhum deles. A peruca esquentava muito a cabeça. Os turbantes me deixavam com cara de palito de fósforo. Ao mesmo tempo que você sente um calor insuportável na careca, você também sente frio na nuca. O cabelo faz muita falta!"

Em abril de 2019, Cláudia terminou sua quimioterapia e seus fios voltaram a crescer. Apesar disso, ainda faz um acompanhamento permanente e toma medicação anti hormônio.


		Outubro Rosa: Uma história inspiradora em meio à luta contra o câncer de mama
"Meu cabelo começou a nascer. Não tenho fotos careca, não tirava", relata Cláudia. (Foto: Arquivo pessoal).


Mesmo tendo seus fios de volta, Cláudia teve uma ideia e ficou sensibilizada com outras mulheres que passavam pelo mesmo que ela passou e enfrentava mais um desafio: queria ajudá-las.

Nunca havia sido comerciante nem tinha experiência em costura. A pandemia chegou, as atividades da escola diminuíram e, em 2022, ela se aposentou, decidida a colocar sua ideia em prática.

A necessidade de encontrar uma solução levou Cláudia a uma ideia única: turbantes com cabelo incorporado. Embora a realização desse projeto parecesse distante e desafiadora, ela não conseguia tirá-lo da cabeça.

"Não sabia o que as outras mulheres pensavam a respeito, mas imaginava que todas elas deveriam sentir o mesmo desconforto na cabeça que eu sentia," compartilhou. Foi durante a pandemia que ela finalmente decidiu iniciar sua visão em realidade.

Cláudia se matriculou em um curso de corte e costura e colaborou com sua professora para desenvolver o primeiro protótipo de turbante. No entanto, ela logo percebeu que não tinha habilidades manuais para costurar as peças. Foi quando uma amiga aconselhou-a a procurar costureiras experientes.

Foi nesse ponto que Cláudia encontrou seu “anjo-da-guarda," Patrícia Moraes, sua enteada, que se tornou essencial na jornada para fazer turbantes. Patrícia, apesar de não ter experiência em confecções, ajudou Cláudia a orientar e coordenar a produção.

“A Patrícia foi de fundamental importância nesse projeto, pois ela me deu várias dicas de como iniciar de fato a minha marca”, destaca. A TurbaHair foi oficialmente lançada em maio de 2023, com o objetivo de oferecer conforto e confiança a mulheres que enfrentam o desafio da perda de cabelo devido ao câncer ou outras condições médicas.

Hoje, a TurbaHair tem um site, páginas ativas nas redes sociais e está lançando sua segunda coleção. Parte da produção é doada para entidades e hospitais, demonstrando o compromisso de Cláudia com a solidariedade e apoio àqueles que enfrentam situações semelhantes.


		Outubro Rosa: Uma história inspiradora em meio à luta contra o câncer de mama
Cláudia faz doações constantes para outras mulheres por meio da TUBAHAIR (Foto: Reprodução/Instagram). Sabrina Oliveira


Cláudia enfatiza a importância da acessibilidade ao destacar que seus turbantes são uma alternativa acessível para mulheres que enfrentam a perda de cabelo devido a tratamentos médicos, uma vez que as perucas e próteses capilares tradicionais podem ter custos muito elevados.

"Esses turbantes são uma alternativa sensacional a todas as mulheres, inclusive as que têm um poder aquisitivo mais baixo, pois eles têm um custo bem mais acessível", explica Cláudia.

Em uma jornada que vai além da criação de produtos, Cláudia Maria Panziera Moraes transformou sua luta pessoal em uma missão de apoio e solidariedade, oferecendo esperança e confiança a mulheres que enfrentam desafios semelhantes.

Outubro Rosa

O Outubro Rosa começou em 1980 quando Nancy G. Brinker prometeu à sua irmã Susan Komen, que tinha câncer de mama, que iria conscientizar as pessoas sobre essa doença. Em 1982, ela fundou a Susan G. Komen e em 1990 iniciou a Corrida pela Cura, que deu início ao Outubro Rosa. No Brasil, a campanha começou em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera foi iluminado de rosa. Atualmente, o movimento acontece em várias cidades brasileiras.

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, causando muitas mortes. No mundo, são cerca de 2,3 milhões de novos casos por ano, com 680 mil mortes anuais. No Brasil, estima-se que haverá 73 mil novos casos de câncer de mama por ano entre 2023 e 2025, representando 30,1% dos cânceres femininos. Isso é mais do que a soma de outros tipos de câncer como pulmão, colo do útero, colorretal e tireoide.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica destaca a importância do diagnóstico precoce e eficaz do câncer de mama, especialmente devido a casos represados durante a pandemia de Covid-19. Projeções indicam que em 2040 pode haver mais de 3 milhões de novos casos de câncer de mama por ano no mundo, com quase 1 milhão de mortes. É crucial aumentar a conscientização e a prevenção.

Câncer de mama

O câncer de mama não é um único tipo de doença. Ele tem diferentes tipos, e as características específicas de cada um, juntamente com o perfil do paciente, determinam o tratamento adequado e a provável evolução do caso.

Há duas categorias principais: o carcinoma "in situ" e o invasivo. O carcinoma "in situ" começa nos ductos ou lóbulos mamários, mas não se espalha além de suas paredes, não invadindo o tecido mamário circundante e, portanto, não causa metástases. Existem dois tipos principais: o carcinoma ductal in situ, mais comum, com uma taxa de cura de cerca de 95%, e o carcinoma lobular in situ.

Já os carcinomas invasivos, também originados nos ductos ou lóbulos, invadem o tecido mamário circundante e podem se espalhar para outros órgãos, causando metástases. O carcinoma invasivo tipo não-especial (ou carcinoma ductal invasivo) é o mais comum, seguido pelo carcinoma lobular invasivo. Além desses, há outros tipos menos comuns, como o carcinoma tubular, carcinoma cribriforme, carcinoma metaplásico, carcinoma micropapilar, carcinoma adenoide cístico, entre outros. Cada um desses tipos de câncer de mama possui características clínicas, morfológicas, moleculares e evolutivas distintas, influenciando as decisões sobre o tratamento.

Prevenção

Para prevenir o câncer de mama, é importante considerar duas abordagens: prevenção primária e prevenção secundária.

Prevenção Primária:

Praticar atividade física e manter um peso saudável, evitar terapia hormonal sem orientação médica, amamentar, especialmente após a primeira gravidez antes dos 30 anos, limitar o consumo de álcool e não fumar.

Prevenção Secundária:

Realizar mamografia anualmente a partir dos 40 anos para detecção precoce.

Conhecer fatores de risco não modificáveis, como envelhecimento, histórico pessoal e familiar, mutações genéticas, história reprodutiva, densidade mamária e exposição à radioterapia prévia.

Sintomas

O câncer de mama apresenta sintomas variados, sendo o nódulo na mama o mais comum. Outros sinais incluem alterações na forma da mama, inchaço, vermelhidão na pele, inversão do mamilo, sensação de massa, espessamento da pele ou mamilo, secreção nos mamilos, inchaço no braço e dor na mama. É fundamental que as mulheres conheçam suas mamas e procurem um médico se notarem qualquer alteração, pois muitas vezes o câncer de mama pode ser detectado precocemente por meio de exames de rotina, como a mamografia.

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