Bloco dos concurseiros
Redação DM
Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 01:39 | Atualizado há 6 meses
É carnaval e enquanto milhares de pessoas se divertem na folia, muitos concurseiros aproveitam o tempo livre para estudar e ganhar vantagens sobre os demais concorrentes. Os bons salários e a possibilidade de maior estabilidade que as carreiras do serviço público oferecem são grandes atrativos para muitas pessoas que decidem estudar para fazer provas em diversos órgãos.
As rotinas de estudos podem ser extenuantes para alguns concurseiros que almejam a aprovação e para isso, são capazes de abdicar programas como o repouso e momentos de lazer. Manter o foco nos estudos em meio há tantos blocos e festas na cidade não é uma tarefa fácil. Há quem encare o momento festivo como uma excelente oportunidade de mudar a tática de estudos, espairecer um pouco e ainda socializar com pessoas que se encontram na mesma situação. No entanto, gera uma sensação de conflito e um questionamento de que, até que ponto, uma pessoa deve abrir mão de tudo para ser aprovado em um concurso público.
A geógrafa Joana Carolina Silva Rocha iniciou o ano focada em conquistar seu objetivo de ser aprovada em um concurso público. Pela primeira vez decidiu que os estudos serão sua prioridade. Atualmente mora em Brasília e no carnaval do ano passado, estava participando dos blocos de rua, seu programa favorito no carnaval. Tomar essa decisão não foi fácil. A geógrafa relata a saudade de estar com os amigos que estão sempre marcando de sair e principalmente de visitar a família em Goiânia.
O seu foco é ser aprovada no concurso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mas vai aproveitar para fazer outros certames como o Superior Tribunal Militar (STM), Universidade Federal de Goiás (UFG) e Petrobrás. “Não sou muito de extremos, como já estou com os editais lançados e as provas se aproximando, vou “pular o carnaval” na frente do computador estudando, com dedicação e equilíbrio consigo estudar e não perder comemorações importantes, mas o Carnaval desse ano vou passar em casa com os livros e aulas”, diz.
O advogado Danilo Rodrigues também faz parte do bloco dos concurseiros. Ele decidiu focar nos estudos há seis meses, e desde então não está abrindo mão só do carnaval. Quando decidiu focar no concurso público, abriu mão de alguns momentos de lazer, sair com os amigos e com a namorada. Seu objetivo é passar em alguns dos concursos como Saneago, Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap– DF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Sinto falta de sair com a namorada, com meus amigos e aproveitar os finais de semana”, relata.
Adriano Silva também não vai aproveitar o Carnaval pois pretende estudar. Ele que já esteve no carnaval de Salvador, terá um carnaval diferente: a folia será com os livros. Além de administrar uma família, teve que organizar a sua rotina de estudos. Começou a se preparar há sete meses e para isso abriu mão de algumas coisas, como optar em trabalhar somente meio período. “Concurso hoje exige um nível de dedicação quase exclusiva se a intenção é realmente passar. O nível dos candidatos está cada vez mais alto”.
CUIDADOS
A psicóloga Karla Queiroz aponta que quando uma pessoa busca fazer um concurso público é necessário ter um objetivo claro de onde quer chegar.
Ao decidir se dedicar aos estudos deve ter consciência de que precisa de foco, organização, disciplina, automotivação e determinação. “A organização ajuda na gestão do tempo, e é nessa gestão que a pessoa determinará o tempo que ficará estudando, o tempo que terá de lazer, dedicar a família e trabalho”, diz.
Segundo a especialista, o tempo de estudo para um concurso deve ser maior devido à concorrência, mas é prejudicial passar maior parte do tempo estudando. A psicóloga relata ainda que o importante é a qualidade de estudo e não o tempo. “Não adianta ficar estudando por horas, se o seu ´cérebro está tão cansado, não absorve nenhuma informação que está sendo adquirida”.
Com o estudo em excesso pode acontecer a estafa mental. Como explica Karla, é o esgotamento de cérebro e acontece quando a mente fica totalmente cansada. Por excesso de atividades intelectuais, a pressão de raciocínio complexo pode apresentar alguns sintomas como insônia, sonolência durante o dia, alterações repentinas de humor, dentre outros.
Na estafa mental o sintoma mais comum é a falta de concentração e a dificuldade de memória.
A psicóloga aclara que os momentos de lazer podem colaborar, basta se organizar e separar um tempo para o cérebro descansar. Com isso, ajuda no combate do estresse e colabora no equilíbrio mental.
Estudar já é estressante, portanto, os momentos de lazer devem fazer parte da rotina de um concurseiro