Álvaro Dias critica polarização e defende refundação da República

O senador Alvaro Dias, candidato à presi­dência pelo Pode­mos, visitou Goiânia ontem. Acompanhado de candida­tos e apoiadores, entre eles o deputado estadual José Nel­to e o presidente da sigla em Goiás, Sandro Resende, o pre­sidenciável percorreu a Rua 44, principal via de comércio po­pular na capital. Dias criticou a polarização entre o ex-prefei­to Fernando Haddad (PT) e o deputado federal Jair Bolsona­ro (PSL). “Aqueles que pregam votar no sicrano para derrotar o beltrano não entendem nada de povo e não estão preocupa­dos com isso. O povo diz que não quer roubo e corrupção, mas há os que são enganados e votam no representante do la­drão, que está preso em Curiti­ba. Falamos que queremos ex­periência e vamos eleger quem não tem experiência adminis­trativa nenhuma, que nunca governou nada?”, criticou

Segundo Alvaro Dias, o Bra­sil deve superar a cultura da cor­rupção. Ele defendeu que refor­mas precisam ser feitas,entre elas a da Previdência e prome­teu criar 4 milhões de creches no país. “O investimento em educação infantil, alimentação adequada, saúde pública com­petente nessa faixa é o maior investimento que um governo pode fazer. O retorno é de um para treze. Certamente vamos reduzir a violência, a corrupção, desemprego”, prometeu.

Álvaro Dias tem percorrido o país com o mantra de “ refundar a República”. Em linhas gerais, a di­retriz prevê uma redução profun­da do tamanho do Estado, com corte de ministérios, de cargos co­missionados e a privatização de quase todas as estatais. E também cortar privilégios de juízes, dimi­nuir o tamanho do Senado em um terço e o da Câmara Fede­ral. Álvaro advoga ainda dimi­nuir o número de partidos. “E, na sequência, tem de reduzir proporcionalmente o tamanho das assembleias legislativas e das câmaras de vereadores. Isso vai significar uma grande economia e vai também quali­ficar o Legislativo”, disse Álvaro em recente entrevista

REFORMAS

O presidenciável defende a aprovação da reforma da Pre­vidência, que, segundo ele, não foi explicada ao povo, e da refor­ma tributária, baseada num im­posto quase único, uma CPMF sobre movimentações financei­ras, que permita que sobre mais dinheiro no bolso da população de menor renda: “A reforma tri­butária terá que ter como con­sequência a redução dos preços dos produtos essenciais para a população: combustíveis, me­dicamentos, cesta básica. É pos­sível fazer e também reduzir o número de impostos e tarifas.”

COSTUMES

No campo dos costumes, Álvaro defende uma pau­ta conservadora. É “rigorosa­mente” contra a liberalização das drogas porque “certa­mente” aumentaria o consu­mo. “Nós não temos estrutu­ra para recuperar os viciados.” Também entende que não há necessidade de ampliação ou redução das possibilidades de aborto legal: “A legislação atual é suficiente. E, nesse campo, eu sigo muito a orientação re­ligiosa.” Sobre porte de armas, defende flexibilização na lei para permitir o armamento em áreas rurais, em que não há policiamento. ”Temos de ter uma legislação rigorosa, mas que permita o porte de arma”