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8 de janeiro de 2023: dia em que a democracia brasileira foi atacada

Retrospectiva dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 no Brasil

Imagem ilustrativa da imagem 8 de janeiro de 2023: dia em que a democracia brasileira foi atacada

No dia 8 de janeiro de 2023, um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O episódio foi uma tentativa de golpe de Estado, motivada pelo descontentamento de Bolsonaro com a derrota nas eleições presidenciais de 2022.

Os atos golpistas foram organizados pelas redes sociais, com a participação de grupos extremistas de direita. Os participantes dos atos foram incentivados por Bolsonaro, que, em seus discursos, disseminava mentiras sobre a eleição e incitava a violência.

Incitados por líderes extremistas, os manifestantes começaram a invadir os prédios públicos após ouvirem seus discursos. No Palácio do Planalto, os manifestantes depredaram o Salão Oval e o Gabinete da Presidência. No Congresso Nacional, eles invadiram a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. No STF, eles tentaram invadir a sala do ministro Alexandre de Moraes, que era o principal alvo dos manifestantes.

A invasão dos prédios públicos foi repelida pela Polícia Militar do Distrito Federal. Os manifestantes foram dispersos e centenas deles foram presos.

Os atos golpistas de 8 de janeiro foram um grave atentado à democracia brasileira. O episódio representou uma ameaça ao Estado Democrático de Direito e à Constituição Federal.

Jair Bolsonaro espalhou uma série de mentiras sobre a eleição de 2022, incluindo afirmações de que as urnas eletrônicas são fraudadas, houve fraude na eleição e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é parcial. Essas mentiras contribuíram para a deslegitimação do processo eleitoral brasileiro e para a criação de um clima de desconfiança nas instituições democráticas.

Algumas das principais mentiras de Bolsonaro sobre a eleição de 2022 que inflaram os ataques de 08/01 foram:

  • Afirmação de que as urnas eletrônicas são fraudadas. Bolsonaro afirmou, sem provas, que as urnas eletrônicas brasileiras eram suscetíveis a fraudes. Ele chegou a sugerir que as eleições fossem realizadas por meio de voto impresso.
  • Afirmação de que houve fraude na eleição de 2022. Bolsonaro afirmou, novamente sem provas, que a eleição de 2022 foi fraudada e que ele teria vencido o pleito.
  • Afirmação de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é parcial. Bolsonaro afirmou que o TSE é parcial e que não garante a lisura do processo eleitoral.

Consequências dos atos golpistas

Os atos golpistas de 8 de janeiro tiveram consequências significativas para o Brasil. O episódio levou a uma crise política e institucional, com a queda da popularidade de Bolsonaro e o fortalecimento das instituições democráticas.

Em meio à crise, o Congresso Nacional aprovou a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, que investigou os responsáveis pelos atos golpistas. A CPI concluiu que Bolsonaro foi o principal mentor dos atos e que houve participação de militares e de empresários na organização do golpe.

Os atos golpistas também levaram a uma maior polarização política no Brasil. O episódio dividiu a sociedade brasileira entre aqueles que defendem a democracia e aqueles que apoiam o autoritarismo.

Plano para sequestrar, enforcar e matar em praça pública o Ministro Alexandre de Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou durante uma entrevista que havia um plano entre os autores dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de enforcá-lo na Praça dos Três Poderes.

A entrevista faz parte de uma série de reportagens sobre os ataques do dia 8 de janeiro, quando eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, promoveram atos de vandalismo ao invadir os prédios dos Três Poderes em Brasília. Alexandre de Moraes que também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator do processo dos atos antidemocráticos.

O ministro afirmou que os golpistas tinham três planos contra ele. "Um plano com duas vertentes e um terceiro plano. No primeiro plano era as Forças Especiais, em um domingo, 100 pessoas das Forças Especiais em Goiânia, viriam, me prenderiam e me levariam para Goiânia. A segunda era, no meio do caminho, eles se livrariam do corpo e não seria propriamente uma prisão, seria um homicídio. E a terceira, ai já os mais exaltados defendeu que após o golpe eu deveria ser preso e enforcado aqui na Praça dos Três Poderes", narrou o ministro.

Ainda não há consenso sobre a gravidade dos atos golpistas

Um ano após os atos golpistas, ainda não há consenso sobre a sua gravidade. Alguns analistas acreditam que o episódio representou um verdadeiro golpe de Estado, que foi frustrado apenas pela ação da Polícia Militar. Outros analistas acreditam que os atos foram uma manifestação de descontentamento político, que não representou uma ameaça real à democracia.

Independentemente da interpretação, os atos golpistas de 8 de janeiro foram uma página triste a história do Brasil. O episódio é um lembrete da importância da defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito.

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