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Militares afirmam que abordagem feita no ciclista foram 'procedimentos legais'

Muitos internautas questionam se a ações feita pelos policiais foi porque o jovem é negro.

Um vídeo que repercutiu nas redes sociais, com mais de 5,9 milhões de visualizações e 140 mil curtidas, gera indignação. A gravação feita pelo próprio ciclista mostra o momento em que ele foi abordado e intimidado a 'por a mão na cabeça' por policias que rondavam o local. Os PMs alegaram que o jovem 'oferecia risco' e que 'seguiram procedimentos legais'. Um dos policiais apontou a arma para o jovem durante toda a abordagem. O caso aconteceu numa praça na Cidade Ocidental, entorno do DF.

Os policiais militares que aparecem no vídeo, abordando o ciclista por causa que ele é negro, prestaram depoimento ao Ministério Público na tarde desta terça-feira (7). O promotor de Justiça Luis Antônio Ribeiro informou que ouviu os PMs, que disseram que o jovem parecia "oferecer risco pela movimentação de suas mãos", porém o foi abordado, retirado a camisa e confiscado que ele não estava armado.

Entendendo o caso

O ciclista Filipe Ferreira de 28 anos, trabalha como eletricista, também prestou depoimentos. Ele relatou que estava gravava vídeos de manobras com a bicicleta para o canal que tem no YouTube, quando foi surpreendido pelos policiais militares. "Sinto mais aliviado com o caso sendo investigado".

“Me sinto melhor sabendo que tem gente me ajudando. Mais confiante. Seguro ainda não me sinto, segurança na rua está complicado, disse.

No vídeo Felipe discute com os policias, perguntando porque ele deveria colocar a mão na cabeça, e porque um dos policiais apontava a arma para ele.

“Por que você está apontando a arma para mim?”. O PM repete: “Coloca a mão na cabeça”.

“Olha como estão me tratando. Como assim?”. O outro PM afirma: “Estou de dando uma ordem legal: coloca a mão na cabeça. Esse é o procedimento. Isso é uma abordagem. Se você não obedecer, você vai ser preso”.

Felipe, obedece a ordem, se coloca de costas, onde é revistado e algemado por um dos policiais. Depois que o vídeo acaba, o jovem disse que continuou sofrendo repressões e que ainda foi obrigado pelos PMs a assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desobediência. E depois foi liberado.

“Após o vídeo, foi a mesma opressão. Continuaram me oprimindo, falando alto no meu ouvido e dizendo que eu estava os desacatando, sendo que eu não estava falando absolutamente nada”, relatou Filipe.

O promotor informou ainda que o próximo passo da investigação é deliberar a responsabilidade de cada policial envolvido, e que tudo deve ser feito até terça-feira (08). Filipe contou que, desde o acontecimento, ele não sai de casa, e se sente assustado sempre ao vê um carro da Polícia. Ele questiona se a forma como foi tratado tem relação com o fato de ele ser negro.

"Não sei se foi racismo ou se foi abuso de autoridade mesmo ou se ele trata todas as pessoas daquela forma", disse o jovem.

A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) publicou uma nota de repúdio no dia 31 de maio e disse que a ação teve “nítidos contornos racistas” e a considerou “inadmissível” de ser tolerada.

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