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O que é a Síndrome de Burnout? Saiba mais com Dr. José Fernandes Vilas

A síndrome de Burnout, ou síndrome do desgaste profissional, é uma situação caracterizada por exaustão física, emocional ou mental que surge geralmente devido ao acúmulo de estresse no trabalho.

Desde o dia 1 de janeiro de 2022, entrou em vigor a nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11. A alteração aconteceu em conferência da organização em 2019, mas o documento só entrou em vigor esse ano.

O texto é um tratado para reconhecer doenças e problemas de saúde no mundo de acordo com as mesmas definições e códigos. Além do Burnout, o CID 11 também inclui na lista de doenças o estresse pós-traumático, distúrbio em games e resistência antimicrobiana.

O neurologista Dr. José Fernandes Vilas explica que apesar de ser um tema bastante falado na atualidade só o nome é novo pois essa síndrome foi identificada em 1974.

Sintomas

A síndrome de Burnout pode ser identificada com maior frequência em pessoas cujo trabalho envolve o contato com outras pessoas, que podem desenvolver uma série de sintomas, como:

  • Sensação constante de negatividade
  • Cansaço físico e mental
  • Falta de vontade
  • Dificuldade de concentração
  • Falta de energia
  • Sentimento de incompetência
  • Dificuldade para gostar das mesmas coisas
  • Priorizar as necessidades dos outros
  • Alterações repentinas de humor
  • Isolamento

Segundo o Dr. José Fernandes, é importante salientar que quem sofre da síndrome são aqueles funcionários exemplares.

"É importante deixar claro que os funcionários que desenvolvem essa exaustão, são aqueles que são os número um. Aquele que não coloca atestado, aquele que bate metas, que tem os melhores rendimentos e consequentemente a empresa exige mais dele, porque ele sempre entrega mais e isso se torna um ciclo vicioso", explica

A síndrome de Bournout não começa no dia para a noite, é um processo progressivo onde a pessoa vai ficando estressada, chega em casa e dorme pensando no trabalho, acorda cansada e sendo cobrada o tempo inteiro e entregando o seu máximo a todo momento, iniciando assim o processo de exaustão.

"As empresas tem que começar a olhar para os seus funcionários de forma humanizada, para que eles possam ter um rendimento sustentável, pois se um funcionário desenvolve a síndrome e a empresa não tiver esse olhar para com ele, vai demiti-lo por enxergar como um "prejuízo", porém em contra-partida outro funcionário será sobrecarregado, sendo assim se tornará um ciclo", informa.

Segundo o especialista, o reconhecimento pela OMS terá um efeito em processos trabalhistas relacionados ao tema. No caso de o funcionário recorrer à Justiça por causa de esgotamento, a empresa pode ser responsabilizada e até pagar indenização.

Na Justiça, a responsabilização da empresa será avaliado a partir do laudo médico comprovando o Burnout junto com o histórico do profissional e uma avaliação do ambiente de trabalho, inclusive coletando relatos de testemunhas. Em geral, serão coletadas provas de uma degradação emocional e fatores causadores da síndrome, como assédio moral, metas fora da realidade ou cobranças agressivas.

Muitas empresas só estão percebendo agora que o bem-estar físico e, principalmente, o psicológico de seus colaboradores pode ser a peça chave para os bons resultados da empresa.

Prevenção

  • Preserve o sono e mantenha uma rotina de descanso;
  • Faça atividades físicas;
  • Pratique meditação;
  • Evite fazer hora extra mais de três dias na semana;
  • Tenha ao menos um dia na semana de descanso longe das atividades do trabalho.

E aos primeiros sintomas de esgotamento: desacelere.

Um bom ambiente de trabalho está ligado à boa convivência, às relações interpessoais e à tranquilidade para exercer sua função. No entanto, cuidar do espaço físico de acordo com a atividade exercida pela empresa também é crucial para o equilíbrio do clima organizacional.

Preocupar-se com a infraestrutura do espaço pode ser um ótimo primeiro passo para a mudança. Locais com pouca luminosidade ou ventilação podem prejudicar, inclusive, o humor dos funcionários. Mas não só isso, salas muito fechadas são também propícias à disseminação de doenças contagiosas.

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