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Governo do DF é condenado pela Justiça a indenizar em R$ 40 mil família de idoso morto após desligamento de aparelhos

Um idoso de 90 anos morreu no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), após outro paciente que estava no mesmo hospital desligar os aparelhos que o ajudavam a respirar.

O fato ocorreu em junho de 2020. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) agora condenou o governo do estado a pagar uma indenização de R$ 40 mil para a família da vítima. O paciente Arlindo Gomes de Araújo passou mal dentro de casa e foi levado pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF) para o HRT. Segundo o neto da vítima, a suspeita era de síndrome respiratória. O caso ocorreu em um dos picos da pandemia de Covid-19.

A causa da morte, na certidão de óbito, foi registrada como "insuficiência respiratória aguda", com suspeita de Covid-19. No entanto, quando o corpo estava no Instituto Médico Legal (IML), os familiares souberam que os aparelhos de Arlindo tinham sido desligados por outro paciente, e que o caso era investigado pela Polícia Civil .

"A gente só ficou sabendo do fato no IML, com o corpo do meu avô dentro do carro da funerária. E o policial veio correndo na nossa direção, com o papel na mão, e disse: 'Vocês viram essa ocorrência?'. E a gente: 'Não'. 'Então senta aí que é traumático", conta o neto da vítima.

A médica que estava de plantão no dia da morte do paciente, afirma que a equipe de enfermagem constatou que dois aparelhos respiratórios tinham sido desligados da tomada. Um estava funcionando com a bateria auxiliar, mas a bateria do outro estava descarregada.

De acordo o relato, outro paciente, de 79 anos, internado na mesma ala, disse que desligou os aparelhos pois havia "constatado que os pacientes não necessitariam mais do respirador mecânico, em virtude de estarem bem".

Segundo a equipe médica, o paciente que confessou ter desligado os aparelhos já vinha dando trabalho. O homem também já está morto. Por conta dos transtornos, parentes de Arlindo Gomes de Araújo processaram o GDF alegando falhas que resultaram na morte dele, incluindo falta de supervisão e segurança dos pacientes. Apesar dos argumentos do governo, o juiz de primeira instância entendeu que houve omissão e culpa do governo na morte de Arlindo.

O advogado da família, afirma que o que chama atenção é a omissão do Estado. "O que chama atenção é a omissão do Estado, a série de erros. Porque o ambiente hospitalar é um ambiente é regido por rotinas e protocolos, e uma falha nessas rotinas, uma falha nesses protocolos pode custar a vida de uma pessoa, foi o que aconteceu", afirma o advogado.

A decisão é de primeira instância e cabe recurso. A Procuradoria-Geral do DF, que representa o governo em processos judiciais, informou que já recorreu da sentença. Previsão é que caso seja analisado nesta semana.

Com informações G1

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