Cultura

El Patrón

Redação DM

Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 21:13 | Atualizado há 8 meses

 Conheça a trajetória do narcotraficante Pablo Escobar, que mesmo morto há exatamente 23 anos, sua história ainda serve como fonte inesgotável para o mundo do entretenimento

Conseguir o primeiro milhão antes dos 22 anos de idade. Este sonho, comum em tantos jovens, era também um dos maiores desejos do narcotraficante colombiano Pablo Escobar. Mas, para alcançar tal objetivo, não mediu esforços e nem atitudes. Não importava se para isto era preciso derrubar um avião com 107 pessoas, explodir um prédio,  subornar ou matar políticos, jornalistas e inimigos, ou ainda transformar a cocaína – antes pouco encontrada – em um problema de saúde pública nos Estados Unidos. Assim, na década de 1980, se tornou um dos maiores e maiores líderes do narcotráfico. Foi até apontado pela revista Forbes como o terceiro homem mais rico do mundo.

O “reinado” de Escobar acabou há exatamente 23 anos atrás – e ele morreu um dia após seu aniversário. Como, sua vida, a morte do traficante também foi cinematográfica: depois de 15 meses de buscas –  ele havia fugido da prisão -, o colombiano foi encontrado pelo grupo conhecido como Search Bloc (polícia especial da Colômbia, treinada pelos EUA). Encurralado em um telhado, morreu após ser baleado várias vezes.

Plata o plomo

No crime, Pablo Emilio Escobar Gaviria – seu nome original – que nasceu na cidade colombiana Rionegro, entrou cedo mas,  de forma curiosa: roubava lápides em cemitérios, regravava-as e depois as vendia. E, logo começou a furtar veículos nas ruas de Medellín, sendo preso pela primeira vez no dia 25 de setembro de 1974, quando dirigia um veículo roubado vinte dias antes.

Da cadeia de Bellavista, escapou em  1975, ano que foi  iniciado no tráfico de cocaína pelo seu primo Gustavo Gaviria. Como ele se conseguiu se tornar tão poderoso e temido? Escobar possuía tino para os negócios e o principal: a falta de escrúpulos necessária. Logo, se tornou uma liderança dentro do grupo de traficantes.

Dizem, que ele tinha uma estratégia bem convincente chamada “plata o plomo”, que significa: “dinheiro ou chumbo”. Ou a pessoa em questão, aceitava ser subornada, ou ele a executava friamente. Há histórias que Escobar até mandava um carta para seu desafeto, lhe informando o dia do velório do inimigo em questão.

Políticos, jornalistas e juízes eram as suas vítimas favoritas. Ele foi o responsável pela morte de três candidatos à presidência da Colômbia, pela explosão do voo Avianca 203 e do prédio de segurança de Bogotá em 1989. Pode ser ainda que estava por trás de um acidente na Suprema Corte Colombiana em 1985, que resultou no assassinato de metade dos juízes.

Na cidade de Medellin, ele era um dos líderes do chamado Cartel de Medellín, uma rede de traficantes de drogas muito bem organizada. Além própria Colômbia, transportava drogas para Bolívia, Peru, Honduras, Estados Unidos, Canadá e Europa.

O produto era levado por avião, navio e até submarino. Estima-se que o cartel chegou a faturar cerca de 60 milhões de dólares por dia. Mas, o grupo de Escobar tinha, claro, um rival: o conhecido Cartel de Carli, com que o traficante guerreou, praticamente até o final de sua vida.

Robin Hood?

Contudo, se por um lado ele era um traficante e assassino implacável, com os pobres de Medelin, ele parecia ajir como uma espécie de “Robin Rood”. Escobar construía estádios de futebol em periferias, dava casas para os mais necessitados e patrocinava times de futebol locais. Foi dono do tradicional clube colombiano Atlético Nacional, mas usava de ameaças e subornos para que seu clube ganhasse as partidas.

O traficante foi  responsável ainda pela construção de um bairro inteiro conhecido como Medellín sin Tugurios (Medellín sem Favelas). Suas ações beneficentes eram também usadas para conseguir apoio popular. E, isto ele alcançou até o fim de seus dias. A população pobre de Medellin  compareceu e em peso e lamentou sua morte. Em seu funeral estiveram presentes cerca de 25 mil pessoas.

Dono de frases como: “Deus manda no céu e eu mando na Colômbia”. “Dinheiro ou chumbo” e “Prefiro estar estar em um caixão na Colômbia, do que em uma cela nos Estados Unidos”, e com esta biografia relatada – resumidamente- acima, parece óbvio que a  vida de Pablo Escobar seria aproveitada no entretenimento. Confira abaixo algumas tramas que o “El Patron” inspirou:

Narcos -2015

Esta série com dez episódios estreou em setembro no Netflix sob o comando do brasileiro José Padilha e protagonizada por Wagner Moura. Conta a história verdadeira, da propagação da cocaína nos Estados Unidos e na Europa, graças a droga do Cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar. Dois agentes da DEA estão no comando de liderar uma missão para capturar e matar Escobar. Nas críticas sobre o filme, Moura convenceu como o traficante, com exceção da falta de domínio com a língua espanhola. Uma segunda temporada deve estrear em 2016.

Escobar – Paraíso Perdido – 2014

Com Benicio Del Toro vivendo Pablo Escobar, o longa se passa nos últimos dias do narcotraficante, porém com uma trama ficcional: o surfista canadense Nick (Josh Hutcherson) viaja para a Colômbia e se apaixona por Maria (Claudia Traisac), sobrinha do chefe do Cartel de Medellín.

Os Pecados de Meu Pai – 2009

É um documentário que conta a história de Juan Pablo Escobar, filho do narcotraficante. Após a morte do pai, ele precisou mudar o nome para Sebastián Marroquín e fugir para Buenos Aires. O filme mostra a relação de pai e filho e sua tentativa de tentar amenisar os males do passado – inclusive a produção mostra a busca de Juan, para se reconciliar com as famílias de dois políticos mortos a mando do pai nos anos 1980.

Blow – 2001

Após ser preso por distribuir maconha nos Estados Unidos, George Jung (Johnny Depp) muda de ramo e começa a importar a cocaína de Pablo Escobar (Cliff Curtis). Dirigido por Ted Demme, o longa conta ainda com Penélope Cruz no papel de Mirtha, esposa de George.

Pablo Escobar – El patrón del Mal 1993

Disponível na Netflix, esta série mostra a construção de Pablo Escobar, interpretado por Andrés Parra, desde a sua infância em Rionegro até a sua morte, em 1993. Baseada no livro La parabola de Pablo, do jornalista Alonso Salazar, e realizada pela Caracol TV, a atração é uma das maiores produções da televisão colombiana, sendo exibida para mais de 10 milhões de pessoas em 20 países.

 

 

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