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Carnaval dark

‘Massa é que se trata de celebração e diversidade’

Festival promete agitar segunda-feira de carnaval em Goiânia. Ao todo, seis bandas vão levantar o astral da galera

Banda goiana Dergo, que se apresenta no CarnaHell - Foto: Gustavo Burns/ Divulgação Banda goiana Dergo, que se apresenta no CarnaHell - Foto: Gustavo Burns/ Divulgação

Tem quem prefira o paraíso pelo clima e o inferno pela companhia. E se você procura encontrar certas companhias (justamente aquelas que seus pais alertavam para tomar cuidado) , o rolê já tem hora e local marcado. Próxima segunda-feira, 12, pré-feriado de carnaval vai ter a segunda edição do CarnaHell, festival organizado pela produtora Eixo do Mal e que promete fazer a melhor festa alternativa para quem quer curtir o feriadão com um som mais pesado e um look mais dark.

O evento que já teve uma prévia no mês passado, chega agora com força total, com seis atrações de peso: Dark Hats (BA/GO), Zelena (GO), Teia (GO), Dergo (GO), Phrenesy (DF) e GRIT (BA/GO). O rolê começa a partir das 14 horas, no bar Tank Cheio, que fica no Setor Oeste. O festejo pretende combinar carnaval de rua, com discotecagens para dançar e shows em um palco principal, as atrações começam de tarde e vão até as 22h. Os ingressos podem ser adquiridos no local ou antecipadamente pelo Sympla. A ideia geral é que dá sim pra ser gótico no Goiás e curtir essa festa da carne, esse clima de lascívia e vontade de aprontar, que se apodera de cada brasileiro nessa época do ano.


		‘Massa é que se trata de celebração e diversidade’
Foto 2: O duo de discotecagem Dark Hats abre a programação do festival. Foto: Natália Michalzuk/ Divulgação

Franz Kafka já escreveu outrora: “não há canção mais pura que a que se canta nas profundezas do inferno.” E quem colar no CarnaHell festival, vai poder usufruir de algumas dessas melodias, entre elas a da banda goiana Dergo. Esse repórter pontual do DM Revista nesta reportagem especial, foi de eixão até o glorioso bairro de mesmo nome e encontrei com o vocalista Vinícius Ferreira (36), o baixista Phillip Guedes (29), o guitarrista Pascoal Cavendish (27) e o baterista Magno Emerson (36). Confira trechos da nossa conversa sobre música, política e a cena cultural na capital, que outrora já foi auto-aclamada como “Goiânia Rock City”:

Diário da Manhã - Quando surgiu e quais são as referências musicais, estéticas e políticas da banda Dergo?

A banda surgiu em 2016 e, como eu costumo dizer nos shows, “antes de qualquer expressão estética, Dergo é um movimento político”. Temos referências musicais diversas que vão desde o punk e o hardcore nacional, como Cólera e Ratos de Porão, até os clássicos de várias vertentes do metal, como Death, Black Sabbath, Sepultura, Napalm Death e por aí vai. Somos uma banda essencialmente antifascista e procuramos deixar isso bem explícito no nosso som. Estamos sempre a fim de aprender, estudar, ouvir e, assim, assimilar o contemporâneo e sintetizar toda essa efervescência cotidiana em nossas músicas.

DM - A banda Dergo faz parte da produtora Eixo do Mal, que, dentre outros eventos, também organiza o CarnaHell. Qual a história da Eixo?

Cara, a Eixo nasce de uma necessidade de cada membro do coletivo de manifestar sua criatividade e invadir/ abrir espaços pro som mais pesado na cena goianiense. Além disso, nas nossas produções, além de uma curadoria voltada a esse nicho mais dark e underground, prezamos pela qualidade e profissionalismo nos eventos, valorizando os artistas e tentando deixar o nosso melhor em cada rolê com o selo Eixo do Mal.

DM - Hoje, em Goiânia, como é possível produzir cultura alternativa?

É muito desafiador (pra usar um eufemismo). Mas queremos quebrar alguns paradigmas que há muito pairam sobre a cena. Porque, cara, quem tá na cena sabe a dificuldade que é viabilizar financeiramente um evento, pagar devidamente as bandas e os DJs, e para que haja a valorização de cada envolvido (artista, casa, produção) precisamos construir uma cultura “nova”, saca? Todos que frequentam a cena precisam entender que, apesar de apaixonados pelo que fazemos, isso também se trata de um trabalho e que esse trampo possui, sim, seu valor. Enfim, tem gente boa na cena, em todos os nichos, artistas de todo gênero, produtores da nova e da velha guarda que resistem e fazem seus corres, e nós chegamos pra agregar, mostrar nossa cara, abrir espaços, expor nosso trabalho, respeitando todo mundo, mas sem abrir mão do que acreditamos.


		‘Massa é que se trata de celebração e diversidade’
Foto 3: CarnaHell: festival agita a segunda feira de carnaval. Foto: Divulgação

DM - O carnaval é geralmente associado à música popular no Brasil. Por que fazer o CarnaHell?

Então, esta é a segunda edição do Carnahell e o massa dessa festa, o carnaval, é que se trata de uma celebração da diversidade humana, da carne, da falta de pudor, enfim... Tem espaço pra todo mundo. E pra quem prefere escutar um som mais pesado, o Carnahell deste ano conta com atrações do DF e de GO, dentre bandas e DJ 's.

DM - O que o público que colar na segunda de carnaval no Tank Cheio, pode esperar?

A galera pode esperar um show completamente insano do Dergo nesta segunda de carnaval. Estamos mais sujos e agressivos do que nunca e a galera pode se preparar, porque vai ser visceral. Tem música nova no repertório e quem colar lá no Tank não vai se arrepender. E em relação ao evento como um todo, temos dois projetos de DJ 's aqui da cidade que vem incendiando as pistas por onde tocam, os maravilhosos do Dark Hats e o Grit. Temos uma banda ícone do Thrash Metal do DF no nosso headline, o Phrenesy. Contamos também com as poderosíssimas do Zelena, banda goiana formada integralmente por mulheres, e o power trio mais pesado da cidade, o Teia.

DM - Quais são os planos da Dergo para 2024?

O Dergão tem planos audaciosos para 2024. Neste ano vai rolar disco novo, clipe, festivais e mais surpresas que vocês vão poder conferir logo logo.

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