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Nova convenção salarial gera impacto e prejuízo para lojistas

Acordo coletivo assinado entre Sindilojas e sindicato de comerciários estipula aumento médio de R$ 294,00 retroativo a abril

O Sindicato dos Lojistas de Goiás (Sindilojas-GO) firmou um acordo coletivo de trabalho com o Sindicato dos Comerciários de Goiás (Seceg) que concede aumento salarial para os trabalhadores e retroage a abril desse ano. O salário-base para empregados no comércio na Região Metropolitana ficou estabelecido em R$ 1.645,00 e do interior em R$ 1.603,00.

O segundo ítem mais importante do acordo coletivo foi que o aumento será retroativo a 1º de abril de 2023 e a diferença será paga em duas vezes. “O impacto financeiro para cada empregador será em média R$ 294,00 por empregado e a diferença de R$ 1.764,00 deverá ser paga em duas vezes”, comenta um comerciante de loja de confecção da Rua 44.

Esse mesmo lojista lembra que para pagar o retroativo a seus 10 funcionários o impacto será forte e precisará ser pago em um momento de grande dificuldade. “Justamente nos meses de novembro e dezembro quando incide o pagamento do 13º salário para todos os trabalhadores. Isso vai pesar muito em nosso orçamento porque são gastos que não podemos protelar e os comerciantes não estavam preparados para esse gasto adicional”, lamenta.

A negociação aconteceu entre a direção do Seceg e do Sindilojas, com um detalhe observado por comerciantes de outras áreas da capital, principalmente da Região da Rua 44, onde se concentram centenas de lojas. A maioria da direção colegiada do Sindilojas é composta de comerciantes de shopping centers de Goiânia, que vivem realidades diferentes dos outros lojistas. “Somos mais de 40.000 lojistas no Estado de Goiás e um número muito reduzido de comerciantes de shoppings decidem pelos milhares sem respeitar as dificuldades da esmagadora maioria. Somos a maioria e na hora deles fazerem essa convenção maluca não nos escutam”, comenta um desses comerciantes.

O presidente do Sindilojas, Cristiano Caixeta, mandou registrar na ata da reunião em que a diretoria colegiada aprovou o aumento e o pagamento retroativo com sua desaprovação. “O presidente foi contra e deixou isso claro, ressaltando que acatava a decisão da maioria”.

“Toda a programação que fizemos durante o ano para a retomada das vendas e projeto de pequeno lucro no final do ano será neutralizado por esse impacto. Muitos vão ficar no prejuízo com o pagamento desse aumento retroativo e em apenas duas parcelas”, frisa o mesmo comerciante.

A revolta e indignação é tamanha, que segundo eles o Sindilojas soltou um comunicado se gabando da vitória que foi a convenção, mas em nenhum momento a diretoria relatou que todos os comerciantes teriam que arcar com esse passivo pois a CCT assinada é retroativa a abril, ou seja, os lojistas terão que pagar essa diferença salarial entre abril e setembro imediatamente.

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