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EDUCAÇÃO

Com palavras ou sinais, a educação é um direito de todos

Como é bom ouvir uma música, uma piada, ou história, mas nem todos podem ouvir propriamente dito com os ouvidos. Mas existem pessoas no Brasil, e mesmo em Goiás, que se comunicam de uma forma diferente tanto para ouvir quanto para falar, pois são deficientes auditivas. Para se comunicar elas usam sinais como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Embora já tenha sido tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio há alguns anos, pouco coisa mudou, em relação a educação de surdos em nosso país. Mesmo com uma data para marcar o dia, a qual é lembrada neste sábado 23 de abril, não há muito o que comemorar.

No Brasil, a educação de surdos tem início, formalmente, em 1857, quando o professor de francês Eduard Huet que era surdo desde os 12 anos, e veio para o Rio de Janeiro a pedido do Imperador D. Pedro II. Com sua experiência anterior na França através da fundação do Imperial Instituto de Surdos-Mudos de Bourges, inicia-se o processo de educação formal dos surdos no Brasil. A partir daí os surdos passaram a ter uma escola especializada para sua educação e oportunidade de criar a Língua de Sinais dos Centros Urbanos (LSCB).

Esta data foi oficializada através do decreto de lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008.

Língua de Sinais (libras)

A Língua Brasileira de Sinais, ou libras, é uma língua gestual-visual utilizada na comunicação dos surdos. Surgiu no século XIX e derivou diretamente da Língua Francesa de Sinais. Atualmente, a libras é reconhecida, por lei, a lei nº 10.436/2002, como meio de expressão e comunicação oficial da comunidade surda no Brasil.

A libras é uma língua e não uma linguagem. Essa ideia é transmitida pelo próprio nome: Língua Brasileira de Sinais, e é reconhecida pelos linguistas, uma vez que a libras possui características próprias e bem definidas que a distinguem da língua portuguesa e dão-lhe o status de língua. Isso nos leva a outro ponto importante que é o fato de a libras não ser uma versão sinalizada do português, mas, com ele, ela faz uma interlocução, sofrendo suas influências.

Professora diz que teve a oportunidade de aprender Libras nos anos de 2018 e 2019 e que aprendeu tanto quanto ensinou

A professora Rubia Cristiana Guedes afirmou que entre os anos de 2018/2019 fez ministrou um curso para jovens aprendizes, entre 14 e 21 anos, e que na ocasião teve a oportunidade de ser professora de alunos com deficiência auditiva. E ela pontua que nessa oportunidade ela foi capaz de aprender e ao mesmo tempo ensinar, e que esse deve ser o processo educacional.

"Tive a oportunidade de aprender LIBRAS, essa experiência só reforçou a importância de aprendermos a língua de sinais, pois, era por meio dela que eu me comunicava e ensinava-os", comenta a educadora.

A professora lembra que atualmente dá aula na rede pública, e que há alunos que precisam deste auxílio, e que há uma equipe de profissionais para auxilia-los na educação destes estudantes. "É importante entendermos as peculiaridades, dificuldades e necessidades das crianças, jovens e adultos, que precisam ser incluídos na sociedade em todos os aspectos e níveis".

Intérprete de Libras afirma que só a partir da regulamentação da Língua foi possível incluir alunos surdos nas salas de aula regular

O professor e intérprete de Libras Everton Felipe Carvalhaes afirma que o processo de inclusão no papel é muito bonito, mas na prática ele está apenas no início. Conforme o educador há muita resistência para colocar a mesma em prática na dinâmica escolar.

"É mais fácil alegar ignorância, transferir responsabilidade, ficando isento de responsabilidade. Mas ela, a inclusão está presente no nosso dia a dia, então não podemos ignorar o fato, e sim temos que nos comprometer a dar subsídios teóricos metodológicos adequados e acessíveis ao aluno incluso", lembra.

Carvalhaes ressalta que a educação de surdos no Brasil é antiga, com muitas lutas e rodeada de preconceitos, mas que só ganhou destaque depois de muitas discussões tanto com abordagens nacionais como internacionais e dar assim atenção especial a educação de surdos no país.

O intérprete lembra que a Língua de Sinais (LIBRAS) só ganhou efetividade a partir da lei nº10.436/02 e que a torna regulamentada em nosso país, e que dessa maneira os profissionais tiveram mais clareza sobre a mesma. E que a partir da oficialização das LIBRAS, foi possível incluir os alunos surdos no sistema educacional de nosso país.

"A partir desses avanços na educação de surdos, foram alcançada grandes conquistas, como a oficialização da língua de sinais, como língua natural do povo surdo, bem como a inclusão desses alunos em sala de aula regular de ensino, e assim abrindo discussões fundamentais para o processo de ensino/aprendizagem desses alunos, se atentando as “diferenças”, onde deve se ter um olhar especial para alcançar os objetivos importantes, que é o desenvolvimento pleno dos alunos surdos em seus diferentes aspectos", finaliza.

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