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Filme sobre ocupações de escolas estreia em Goiânia com entrada franca

As ocupações estudantis que chamaram atenção de todo o Bra­sil nos últimos anos viraram filme. Organizadas por alunos de 15, 16 anos, em protesto contra os cortes na educação, o fechamento de es­colas e a Reforma do Ensino Mé­dio, elas são o tema do longa-me­tragem Primavera, dos diretores Ana Petta e Paulo Celestino.

A estreia do documentário acontece nesta quarta-feira (29), às 19h, na Praça Universitária, em Goiânia, abrindo a programação do 42º Congresso da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secunda­ristas). A exibição é gratuita, aberta a toda população e será seguida de bate-papo com os diretores.

O Congresso da Ubes é o maior encontro secundarista da América Latina e reunirá 10 mil estudantes de todos os estados, alunos do en­sino fundamental, médio, técnico e preparatório. O evento segue até o dia 2 de dezembro com dezenas de debates, convidados da área da po­lítica, cultura, movimentos sociais, além de atividades culturais e uma plenária final que escolherá a nova presidência e diretoria da entidade.

PRIMAVERA

Primavera é uma produção in­dependente e apresenta um recorte da geração de jovens que se mobili­zou pela defesa da educação e da de­mocracia em um momento crítico da história nacional. No documen­tário, os meninos e meninas respon­sáveis pelo movimento em diversos lugares do Brasil são confrontados em depoimentos sobre a experiên­cia que viveram, as suas transforma­ções pessoais e coletivas.

Já foram realizadas as imagens e entrevistas do documentário, mas como os custos para fazer um fil­me no Brasil são altos, a produção lançou um financiamento coleti­vo no site Catarse para arcar com a montagem e a finalização do mate­rial, além dos custos operacionais. A campanha pretende arrecadar R$ 35 mil, com contribuições a partir de R$ 20 que dão direito a recompensas, como gravar o nome nos créditos do filme, adesivos e camisas exclusivas.

Para colaborar com a campa­nha, acesse o link www.catarse. me/primaveraofilme

QUEM SÃO OS SECUNDARISTAS

São chamados estudantes se­cundaristas os cerca de 50 milhões matriculados no ensino fundamen­tal, médio, técnico e preparatório do Brasil. Nas escolas, começam a se or­ganizar e se mobilizar em causas co­letivas, pela mudança da educação e do País. O centro desse movimento são os grêmios estudantis, que tam­bém se organizam nas uniões muni­cipais e estaduais de estudantes se­cundaristas. Todo esse movimento, unificado, compõe a União Brasilei­ra dos Estudantes Secundaristas.

O QUE FORAM AS OCUPAÇÕES

Conhecido por “Primavera Se­cundarista”, o movimento das ocu­pações secundaristas nas escolas teve início em 2015, em protesto con­tra a proposta de reorganização es­colar e o fechamento de instituições de ensino no Estado de São Paulo. Em 2016, o movimento cresceu e al­cançou a marca de mais de mil esco­las ocupadas, em oposição ao conge­lamento dos investimentos públicos, contra a reforma do ensino médio, a reforma da previdência e trabalhis­ta. As ocupações são consideradas a maior ação organizada da juventude brasileira em toda a história.

UBES 70 ANOS

Entidade histórica da organi­zação estudantil no Brasil, a Ubes completará 70 anos em 25 de julho de 2018, sendo referência da luta pela democracia e pela educação pública de qualidade no País. Em sete déca­das, o movimento secundarista re­sistiu em momentos difíceis, como a ditadura militar brasileira. O jovem Edson Luís, morto em 1968, no Rio de Janeiro, tornou-se símbolo nacio­nal de resistência ao regime.

Além disso, a Ubes foi protago­nista de outros momentos decisi­vos, como as Diretas Já, o Fora Collor e a resistência contra o golpe parla­mentar de 2016. Atualmente, os es­tudantes secundaristas são contra as medidas do governo ilegítimo de Michel Temer, defendem uma es­cola democrática, sem opressões e com a cara da juventude brasileira.

ELEIÇÕES NA UBES

As eleições para a nova diretoria e presidência da Ubes acontecem em duas etapas. A primeira aconte­ce nas escolas do País, com a escolha dos delegados e delegadas que repre­sentarão as suas escolas no Congres­so. Durante a plenária final do en­contro, eles formam chapas e votam para decidir a nova gestão da entida­de. Ao fim da votação, a diretoria da Ubes é composta por todas as ten­dências que lançaram candidatura, de forma proporcional a quantidade de votos obtidos por cada chapa.

CAMILA LANES

Paranaense de São José dos Pi­nhais, Camila Lanes foi eleita pre­sidenta da Ubes em 2015, duran­te o 41º Congresso da entidade, em Brasília. Com 21 anos, a líder estudantil também já presidiu a União Paranaense de Estudan­tes Secundaristas (Upes). Mesmo com pouca idade, Camila mos­trou liderança importante em um período difícil da história recen­te da educação brasileira, com o congelamento de investimen­tos públicos por 20 anos, a refor­ma ilegítima do ensino médio e o avanço de movimentos autoritá­rios, como o da Escola Sem Parti­do. A sua gestão na Ubes também ficou marcada pelas ocupações secundaristas em todo o País.

O quê? 42º CONGRESSO DA UBES

Quando? 29 de novembro a 2 dezembro de 2017

Onde? Goiânia - Goiás

Outras informações: www. ubes.org.br

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