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Goiânia tem pagode

Se aos olhos do Brasil e do mundo Goiânia é uma expor­tadora do sertanejo e do rock independente, uma cena tem nas­cido pela tangente, contrarian­do clichês e conquistado fãs: a da turma do pagode. Grupos locais estão sobressaindo, a exemplo da Quero Mais, Chama Q Noix, Sam­bagunça, Carisma, Samba Maio­ral, entre vários outros. E assim como acontece no sertanejo, a ci­dade tem atraído músicos de fora de Goiás, que tem visto a capital com um público a ser explorado. Daqui tem saído ainda algumas festas badaladas do segmento, que tem rodado País afora.

O Pagode da Patricinha é um destes eventos, que nasceu aqui em Goiânia e tem se espalhado pelo Brasil. Já teve, por exemplo, a participação de Neguinho da Beija Flor, Sorriso Maroto e Dudu Nobre. E já chegou a praticamen­te todas as capitais do País. Outra grande festa que irá abarcar ape­nas atrações de samba e pagode vai acontecer neste domingo (26), a partir das 16 horas, no Euro Ma­nakai Sportfood.

Trata-se do Goiânia Tem Sam­ba e Pagode Nº 1. Como atração principal, este evento traz um nome em ascensão na cena do pa­gode romântico, o cantor e com­positor carioca Dilsinho (veja a entrevista com o cantor no box). Além do músico carioca, que tem sido considerado o galã do pa­gode, a festa terá a apresentação do grupo Quero Mais e do cantor Marquynhos SP, que, após quase 10 anos no Quero Mais, há cerca de seis meses tem investido pesa­do na carreira solo.

“Domingo vou desde o parti­do alto ao samba romântico, can­tando sucessos dos 90. Essa é a hora da galera dançar agarradi­nha. Assim como o sertanejo tem o seu lado agitado no arrocha, o pagode tem o seu lado românti­co”, adianta o artista, completan­do que seu repertório muda sem­pre com a energia da plateia. “Não tenho medo de ousar. Muitas ve­zes misturo até Roberto Carlos e Tim Maia no repertório e a galera adora”, conta.

NOVO GOIANO

A história musical de Marquy­nhos SP coincide ainda com o for­talecimento da própria cena pago­deira goianiense. Paulistano, em São Paulo integrou grupos como o Nosso Jeito e Nuance. E esta úl­tima conheceu o gosto do suces­so, com a música Você é Tudo pra Mim, que tocou em diversas rá­dios do Brasil.

Foi há cerca de 10 anos que a história de Marquynhos cruzou com a de Goiânia. O músico che­gou aqui para participar do Grupo Quero Mais e resolveu ficar quan­do percebeu que na Capital havia público para o pagode, mas o ce­nário ainda estava carente. Logo, fixou moradia na cidade e por aqui tem crescido. Atualmente está en­volvido no projeto Pagode da Pa­tricinha e tem investido pesado na carreira solo.

“Escolhi Goiânia porque quan­do cheguei aqui há 10 anos a ci­dade era a capital da música ser­taneja, mas percebi que a cidade é muito eclética e aqui tinha de tudo, além de muito mercado para o meu seguimento”, explica o músico.

Após os anos de estrada junto ao estilo, Marquynhos SP perce­be o cenário goiano amplificado e mais profissional. E tem até previ­sões otimistas de que os próximos anos o pagode – não só de Goiâ­nia, como no Brasil – deverá vol­tar a ser como em sua época áurea dos anos de 1990, em que explodiu grupos como o Raça Negra, Só Pra Contrariar, Molejo, etc.

“O cenário do samba e pago­de tem crescido e isso me agrada muito. Muitos dos grandes serta­nejos estão gravando canções de pagode e de samba. A dupla Bruno e Marrone, por exemplo, gravou a música Deixa Acontecer, do Re­velação. Assim como teve aquele momento dos anos 90 que domi­nou o País, acho que isso está vol­tando e, de repente, até num mo­mento melhor, com pessoas mais preparadas, com empresários com visão de mercado”, analisa.

Entusiasta do pagode e do samba desde a infância, quando ouvia com os pais os sambas de Martinho da Vila e Jorge Aragão, o auxiliar administrativo Sávio Bor­ges Carneiro, de 28 anos, também tem percebido que a noite goiana, de uns tempos pra cá, tem oferta­do mais opções para quem gosta de curtir o estilo.

“Antigamente não percebia muito movimento de pagode por aqui. Hoje em dia, sim. A cidade possui vários locais adeptos a esse estilo musical, como o Quiosque Chopp Brahma, Butiquim do Seu Zé, o Chorinho, no Centro, o Gló­ria, o Taperas... As bandas locais estão surgindo mais. Gosto dos grupos Kamisa 10 e Os Meninos”, disse Sávio.

DESAFIOS

Especializado em samba e pa­gode, o grupo Samba Maioral já viveu os altos e baixos do estilo, pois já está na estrada há oito anos. Brinkedo, que canta e toca ban­jo no grupo, admite que o cenário está mesmo em ascensão, já que, segundo ele, existe mais interesse do público e mais espaços para to­car. Tanto é que atualmente fazem cerca de 10 shows por mês.

No entanto, o músico acredi­ta que ainda existam desafios que impedem um maior desempenho do estilo em Goiás. “Acho que o maior defeito na cena está no ma­terial humano. Nós, músicos, de­víamos nos unir mais em prol da nossa causa, pois não é fácil fazer samba e pagode na terra do serta­nejo”, explica Brinkedo.

ENTREVISTA DILSINHO

PRA CASAR

Aproveitando que o cantor carioca faz show neste domingo (26) em Goiânia, o DMRevista aproveitou para conversar com este artista sobre suas impressões a respei­to do cenário do pagodeiro em Goiânia, além da carreira em ascensão. Pois o artis­ta saiu das rodas de samba da Ilha do Go­vernador, no Rio de Janeiro, para empla­car músicas que foram sucessos na voz de nomes como Alexandre Pires – que gravou Maluca Pirada em 2012. E de lá para cá o jo­vem de apenas 24 anos já teve suas com­posições gravadas por Thiaguinho, Sor­riso Maroto, entre outros artistas de peso. Agora, ele dá voz e cara para suas criações. Em 2016 lançou o seu segundo álbum cha­mado “O Cara Certo”, que ressaltou ain­da mais o lado “sou para casar” do artista e tem colaborações do grupo Sorriso Ma­roto, na faixa-título O Cara Certo, da Tur­ma do Pagode, na faixa Garota de Família e faz um hip hop com o cantor Micael Borges na canção Faça a Sua Aposta. Após este tra­balho, o artista está planejando gravar um DVD, cujos detalhes ainda estão guarda­dos a sete chaves. Confira a seguir.

DMRevista- O que preparou para o show de Goiânia?

Dilsinho- Um repertório diferen­ciado com intuito de agradar a ga­lera de Goiânia que, pelo que estou sabendo, assim como eu, está bem ansiosa pra esse show.

DMRevista- Você já havia tocado em Goiânia?

Dilsinho- Vim há alguns meses fa­zer uma participação com o Thiagui­nho no projeto dele “Tardezinha” e foi maravilhoso. Mas para um show sozi­nho é a primeira vez e não vejo a hora de cantar pra essa galera, que tenho certeza que vai curtir muito junto co­migo e com a minha banda.

DMRevista- Que impressões tem do samba e do pagode feito em Goiás?

Dilsinho- O que posso falar que é mui­ta coisa boa pude ver isso no “Tardezi­nha”. Notei que aí tem uma galera recep­tiva que abraça e gosta do samba e do pagode. E isso, na verdade, é um termô­metro pra quem vem de fora. E tenho um parceiro que sempre falamos sobre o sam­ba em Goiânia, o Marquynhos SP, que acredito, juntamente com os demais gru­pos da cidade, cuida e faz um som de qua­lidade. Os grupos de Goiânia contribuem para colocarmos nossas músicas na boca da galera e somos gratos aos grupos locais que fortalecem o nosso segmento.

DMRevista- O seu último disco “Cara Certo” tem grande influência do pop. Agregar o pagode a novos ritmos é a sua aposta daqui para frente?

Dilsinho- Sim, temos exemplos de sucesso no nosso segmento de grupos, como o Sorriso Maroto, que há bastante tempo faz essa mistura com o pop e ou­tros mais. Gosto muito dessa mistura, mas claro quem determina ou compra o nosso som são nossos fãs, eles ditam se vai ou não ser sucesso, prova disso é minha nova música Pique Nique, que é um pop e, graças a Deus, aos amigos e fãs vem virando meu novo sucesso.

DMRevista- Você já fez músicas para grandes nomes do pagode, como Thia­guinho, Sorriso Maroto e Alexandre Pi­res. Quando é que nasceu este seu lado compositor?

Dilsinho- O lado compositor, na ver­dade, veio antes do desejo de ser cantor, ter uma carreira, viajar o Brasil, etc. Alexan­dre Pires é um artista que sempre fui fã e, por incrível que pareça, foi o primeiro a gravar uma composição minha, que tam­bém faço no meu show, o nome da canção é Maluca Pirada. Acho que vocês já devem ter ouvido (risos). O Thiaguinho, poxa! Ele é diferenciado e o Sorriso Maroto também. Enfim, sou muito feliz com este meu lado de compositor também.

DMRevista- Como lida com a fama de galã do samba. Rótulos te incomodam?

Dilsinho (risos)- Poxa, então... Fico feliz por isso, pelo carinho e respeito que minhas fãs têm comigo sempre nos shows. Elas levam presentes e tal... E esse rótulo, embora não me sinta como um galã, não me incomoda. Acho que até me ajuda um pouco, gerando certo in­teresse aos que ainda não conhecem mi­nhas músicas e meu trabalho.

DMRevista- Você está planejando gravar um DVD?

Dilsinho- Ainda não posso falar muito desse assunto, até porque esta­mos finalizando o projeto. Só posso dizer que vai ser muito bacana e que terá, claro, participações de amigos que vocês vão gostar.

SHOW COM O CANTOR DILSINHO

Quando:Neste domingo (26), a par­tir das 16h

Onde: Euro Manakai Sportfood (Av. PL 2, Alphaville Araguaia)

Ingressos: Primeiro lote (unissex) – R$ 80

Local de venda: República da Saúde e Meu Bilhete (meubilhete.com)

Telefone de contato: (62) 98422-4674

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