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Em Jack, o Estripador, uma investigação sobre o serial killer da Londres Vitoriana

Ex-policial e duas vezes presiden­te da Crime Writer’s Association, o escritor Donald Rumbelow é autoridade quando se fala sobre os cri­mes de Jack, o Estripador, assassino em série que aterrorizou o leste de Londres no fim do século XIX e que nunca teve sua identidade descoberta. Além de dar aulas sobre crime e história na ca­pital inglesa, Rumbelow ainda atuou, nas últimas décadas, como consul­tor para obras audiovisuais a respeito do criminoso. Em Jack, o Estripador, que chega às livrarias pela Record , ele compartilha seu conhecimento sobre o caso como leitor, num relato bastan­te completo sobre o serial killer mais famoso da história.

No texto, o autor começa contex­tualizando a vida na região de White­chapel, onde aconteceram os crimes. Parte mais marginalizada da cidade durante a Era Vitoriana, o East End londrino abrigava pessoas que mo­ravam de forma precária, muitas ve­zes nas ruas ou em cortiços, passa­vam fome e estavam abandonadas pelas autoridades. O livro explora ain­da a reação dessa sociedade aos as­sassinatos, o desgaste da relação com a polícia e os sentimentos de medo e revolta crescentes à medida que o cri­minoso fazia mais vítimas.

Rumbelow faz uma descrição mi­nuciosa dos assassinatos, com deta­lhes sobre como as vítimas foram en­contradas, por quem, e quais foram as conclusões dos legistas, entre diversas outras informações. Traça ainda per­fisdasvítimas, todasmulheresqueem geral viviam entre a rua e cortiços em SpitalfieldseWhitechapel, eerampros­titutas. Traçatambém, claro, operfildo criminoso, e analisa alguns casos atri­buídos ao Estripadore que não acredi­ta que tenham sido cometidos por ele.

Apartededicadaàlistadesuspeitos é uma das mais interessantes. Rumbe­low conta sobre as milhares de cartas recebidas pela polícia e pela impren­sa na época com as teorias mais mi­rabolantes e inusitadas para explicar os crimes. Fala também sobre as car­tas assinadas por Jack, o Estripador, e quais delas realmente acredita que tenham sido escritas pelo assassino. Além disso, fornece perfis dos princi­pais nomes que chegou-se a cogitar como suspeitos: de açougueiros e ex­-presidiáriosdesconhecidosamédicos de renome e boa família. Entre os sus­peitosmenosprováveischegaramafi­gurar nomes como Lewis Carroll, au­tor de Alice no País das Maravilhas, e RandolphChurchill, paidoex-primei­ro-ministro inglês Winston Churchill.

Por fim, o relato analisa as narra­tivas ficcionais inspiradas por Jack, o Estripador e relaciona sua “obra” à de outros serial killers que surgi­ram depois. O livro traz ainda um encarte com imagens da época, dos locais onde aconteceram os crimes, de algumas das vítimas e suspeitos envolvidos na trama.

TRECHO:

Após o assassinato de Emma Smith, em abril, as pessoas haviam começado a comentar nas esquinas sobre sua morte, mas nada mais que isto – crimes brutais e mesmo assassi­natos não eram incomuns em White­chapel. Nãohaviaindíciosdopânicoe domedoqueseseguiriam, quandoas pessoas começariam a andar em gru­pos, muitas vezes com terror absolu­to estampado no rosto. Mas, quando o pânico se dissipasse, começariam a andar em pares e, finalmente, a brincar sobreosassassinatoscomopoliciallo­cal que patrulhava a Flower and Dean Street, dizendo “sou a próxima de Jack” ou “é ele ou a ponte”. Os homens com frequência ameaçavam, particular­mente em disputas domésticas: “Será Whitechapel para você.”

Donald Rumbelow é ex-policial, especialista em história criminal e ex-curador do City of London Poli­ce’s Crime Museum. Autoridade no assunto Jack, o Estripador, já foi en­trevistado por diversos documen­tários sobre o assunto e ofereceu consultoria para obras ficcionais. Organiza, em Londres, um passeio turístico em que visita os locais dos crimes e conta suas histórias

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