Home / Entretenimento

ENTRETENIMENTO

Intensa por inteiro e visceral: Karol Conká traz personalidade em novo álbum

A cantora Karol Conká lançou, no dia 31 de março, seu primeiro álbum intitulado "Urucum", após quase mais de um ano de sua saída do Big Brother Brasil 21. A rapper traz no álbum as diferentes personas que vivem dentro dela e expressa os sentimentos vividos ao longo desse tempo, usando as sessões de terapia como referências para a criação de suas letras. Animada e alto-astral, ela afirma que o ano de 2021 já está zerado e que agora se vê como uma mulher mais madura e com nova visão de mundo, também comenta sobre a forma como o álbum foi produzido, sem cobranças e com muita leveza, com letras marcantes e intensas em diferentes ritmos e arranjos, um trabalho completamente diferente desde o início de sua carreira. Em entrevista exclusiva ao Diário da Manhã, Karol conta sobre sua trajetória como cantora, referências artísticas, a turbulência pós reality, a metamorfose de uma mulher que não se deixa tombar e, que como qualquer outra pessoa, tem o direito de errar, se arrepender, sorrir e se reerguer, confira.

Defina Karol Conká em uma frase

Intensa por inteiro e visceral.

Quando e como começou sua carreira?

Minha carreira começou aos 16 anos quando eu conheci uma festa que reunia os quatro elementos do Hip Hop e um deles é o rap, e eu me identifiquei. Eu já compunha canções desde os seis anos, mas me identifiquei com o gênero rap pela rebeldia que traz esse movimento e por não ter muitas mulheres fazendo rap na época, então eu me senti desafiada a estar ali. Meu primeiro álbum "Batuk Freak" foi lançado em 2013, mas em 2011 eu havia lançado um EP com algumas músicas.

Quais são as suas referências musicais?

Minhas principais referências são Beyonce, Lauryn Hill, Rihanna, os quais eu levei para as minhas músicas, no meu modo de escrever, nas minhas escolhas de produtores para fazer as músicas. Eu sempre escolho produtores que trazem brasilidade nas suas batidas, acho importante como mulher brasileira e rapper também deixar claro que o rap brasileiro tem referências brasileiras. Outras referências são Nação Zumbi, Cássia Eller, tem até Zeca Pagodinho, Alceu Valença, tem todos os tipos de referências, tem tudo aqui nesse balaio (risos).

A passagem pelo reality gerou grande impacto na sua vida como um todo, como era a Karol antes do BBB e a Karol pós BBB?

Antes do reality eu era mais tensa, como se tivesse uma panela de pressão dentro de mim, era muita ansiedade, era muita carga. No pós reality, eu tive todas essas sensações, mas foi possível me sentir mais madura, me enxerguei melhor, mais sensível, mais profunda, intensa e empática. Eu aprendi que empatia, o acolhimento, a paciência e a caridade não podem ser seletivos. Então eu me apeguei a essas emoções e transformei em algo concreto, eu consegui enxergar a minha criança interior pedindo ajuda, e eu consegui dar a mão à essa criança e falar "tá tudo bem, é natual do ser humano se desequilibrar, o que não é natural é não entender esse processo de evolução que a gente passa". Me perdoei e não alimento nenhum sentimento negativo com outras pessoas ou com minha história.

E como você lida com os memes e os apelidos que ganhou durante a participação no reality?

Eu aceito tudo numa boa, os memes, a tiração de sarro, sempre fui muito do humor, do sarcasmo, acho a galera super criativa, e "mamacita" veio com força ano passado, porém eu sempre fui chamada assim pelos fãs mais próximos. Mas a origem desse apelido foi quando eu nomorava um chileno, e ele me chamava de mamacita, então quando eu ia "soltar o rajadão", ele dizia: então tudo bem, dá seu show, mamacita fala e "vagabundo" senta.

Como foi lidar com a rejeição do púbico à época e qual foi o refúgio que você encontrou?

Foi bem ruim lidar com a rejeição, eu já lido com a rejeição há muito tempo, até aí tudo bem, mas a mega rejeição é muito ruim, pois além da rejeição do público eu estava lidando com a minha também. O meu refúgio, minha válvula de escape foi para onde eu sempre fui desde os meus seis anos: a música. Peguei um bloco, uma caneta e musicalizei o que eu estava sentindo, foi uma forma de aliviar. Tanto que nesse novo álbum eu falo abertamente sobre o que aconteceu e sobre como eu me senti, como afetou no meu semblante, o quanto afetou na maneira como eu enxergo a vida, nas minhas escolhas.

"Urucum" é o seu primeiro álbum nessa nova fase de vida, por que foi escolhido esse título?

Esse nome veio depois que todas as canções já estavam prontas, aí eu botei o álbum no estúdio para os meus amigos ouvirem e fui contando sobre o que aquele processo criativo de produção trouxe pra mim e o que representava. Aí na medida em que eu compunha, me sentia curada, cicatrizada e revitalizada, aí eu disse que precisava tomar um sol para ficar com a cor do álbum, que é vermelha, então eu falei: gente, o urucum, cuja uma das propriedades é a cicatrização. E o urucum tem tudo a ver com esse álbum.

Várias Karolines dentro de uma só compuseram o álbum, que reforça a intensidade de Conká. (Foto: Jonathan Wolpert)

O que podemos esperar deste novo álbum?

A novidade que "Urucum" traz é na sonoridade que o produtor RDD colocou ali, foi um trabalho totalmente intuitivo e orgânico, nós não fizemos uma pesquisa em volta dos temas ou gêneros e referências musicais, simplesmente deixamos a criatividade falar. É um álbum convidativo pra mergulhar na intensidade das emoções, na intensidade das percepções e se permir ser humano, aquele que tomba, levanta, aprende, se arrepende, vive, sorri, chora e evolui.

Karol, qual a diferença desse álbum em relação aos outros?

Neste álbum não houve um planejamento sobre o que iríamos falar ou qual seria o tema. A gente ligava os equipamentos no estúdio, respirava, deixava a intuição falar e botava pra fora. Eu mesclava muito as sessões de terapia com sessão de estúdio. E foi aí que percebi que todos nós temos personas diferentes durante o dia ou na semana. No meu caso são a Karoline, a "Jaquepatombá" e a Mamacita. A música "Calma" veio de Karoline, e "Jaquepatombá" escreveu "Cê não pode" pro monstro do cancelamento, cantando pra ele que comigo você não pode não. Já a Mamacita é a organizadora, que gosta de explicar as coisas sobre erros, sobre vivências e disso vem a Karol Conká que é entregue, é muito artística, por inteira, ela tá na música "Fuzuê". Então nesse álbum é possível sentir todas as potências da spersonas que todos temos, e o urucum traz tudo isso. Eu amo!

A pergunta que não quer calar: quando você vem à Goiânia?

Eu amo Goiânia! Eu não sei o que acontece que quando eu vou aí tem um negócio, tem um babado. Eu fico meio louca aí, eu não tenho vontade de ir embora, eu tenho vontade de ir para a casa de alguém curtir horrores, dançar Lady Gaga e brincar de karaokê. Eu pretendo voltar pra Goiânia em breve já com esse álbum e quero ver todo mundo curtindo e curado junto comigo, se acolhendo e sendo bem humano.

Novo álbum em uma palavra

Cura.

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias