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JUSTIÇA

Chacareiro pode ter ajudado em outros crimes

Preso no final da semana passada acusado de ajudar Lázaro Barbosa a despistar os policiais, o chacareiro Elmi Caetano, 74, investiga a polícia, pode ser comparsa do criminoso em outros delitos. Existe a suspeita que Elmi contratou Lázaro para roubar propriedades rurais a fim de que outros chacareiros, aterrorizados, vendessem suas propriedades por um preço baixo.

A hipótese de que Lázaro estaria atuando a mando de alguém surgiu no final da semana passada, e, com a morte dele, agora será investigada pela Polícia Civil. “Não descartamos nada, mas já temos indícios de que ele estava sendo ajudado por uma rede criminosa. Quanto ao Elmi, existem fortes suspeitas de que ele teria praticado de sete a oito crimes junto com o Lázaro, o que já está sendo investigado”, relatou o secretário da segurança pública de Goiás, Rodney Miranda.

Quando confrontou com os policiais ontem pela manhã, Lázaro tinha, nos bolsos, mais de R$ 4 mil em dinheiro, o que, segundo o secretário, reforça a suspeita de que outras pessoas o ajudavam durante a fuga. A ex-sogra e a ex-namorada do criminoso foram ouvidas pela Polícia Civil na manhã de ontem, mas ainda não há provas de que elas colaboraram com a fuga dele.

Elmi Caetano, que teve sua prisão preventiva decretada na última sexta-feira, permanece detido no Presídio de Águas Lindas. Ele, que durante depoimento negou ter ajudado Lázaro na fuga, deve ser ouvido novamente pela polícia esta semana. O caseiro dele, que também tinha sido preso na quinta- -feira passada, e confessou que o patrão fazia comida e mandava deixar a propriedade aberta para que o criminoso pudesse entrar e sair quando quisesse, foi solto no dia seguinte.

Além do depoimento do caseiro, a polícia tem provas de que Elmi, em várias oportunidades, repassou informações falsas aos agentes que procuravam por Lázaro. Em algumas ocasiões, o chacareiro chegou até mesmo a impedir que os policiais entrassem em sua propriedade.

Polícia Civil, Militar, Federal e bombeiros, além de várias forças de segurança, imprensa e moradores viveram fortes emoções durante a busca

“Investigações não acabam aqui"

Segundo Rodney Miranda, secretário de Segurança, Lázaro Barbosa trocou de roupas várias vezes (“Uma prova de que ele tinha uma rede que o acobertava”) e, ao ser morto, estava com cerca de R$ 4,4 mil no bolso. O que, para o secretário, evidencia não só sua intenção de seguir fugindo, mas também que ele contava com o suporte de outras pessoas. O dinheiro é, certamente, um indicativo de que ele estava querendo sair do estado ou do país. E esta questão dele querer fugir, logicamente com o patrocínio [de terceiros], tinha gente interessada em que ele não fosse preso.

"As investigações não acabam aqui. Ainda temos algumas pessoas para investigar e prender”, disse a jornalistas o secretário de Segurança Pública de Goiás. “O empresário [chacareiro] que está preso é um dos líderes da organização”, disse, afastando a tese de que Lázaro atuava sozinho. “Mais para frente, quando a investigação estiver finalizada, colocaremos [todas as informações] para vocês. Mas já há uma linha de apuração. Uma das coisas [hipóteses] é de que ele [Lázaro] atuava como jagunço ou segurança para algumas pessoas”, afirmou o secretário estadual, declarando que a suposta "organização" pode estar envolvida com crimes como latrocínio e assassinatos nos quais Lázaro pode ter participação (Redação com Agência Brasil).

Morte repercutiu na imprensa internacional

Jornais de diversas partes do mundo noticiaram de forma quase simultânea o fim da operação

A morte de Lázaro Barbosa foi destaque na grande imprensa internacional. O espanhol “ El País”, por exemplo, disse que ele foi morto “após cinematográfica caçada policial de 20 dias”.

A publicação repercutiu o vídeo do governador Ronaldo Caiado e seu pronunciamento no Twitter. “Autor de chacina conhecido como “‘serial killer’ do DF” foi baleado na ação que o deteve e imagens mostram seu corpo alvejado por múltiplos disparos. Governador Ronaldo Caiado anunciou a prisão: “Meus cumprimentos a todas as forças de segurança”, disse a publicação, uma das maiores da Europa.

O francês “Le Fígaro” também destacou o pronunciamento do governador Ronaldo Caiado e destacou que o Brasil acompanhou a maior caçada de sua história, em estilo hollywoodiano.

A BBC de Londres trouxe a confirmação de Alexandre Ramagem, diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), de que o criminoso estava realmente morto.

Pronunciamento repercute por ‘sobriedade’

O pronunciamento do governador Ronaldo Caiado logo após a prisão de Lázaro Barbosa repercutiu positivamente. O gestor estava em Aruanã, na manhã de segunda-feira, onde inaugurava uma escola padrão Século 21. Os elogios ao governador se referem principalmente ao não uso político da prisão e sobriedade ao falar do episódio. Tratou o criminoso como Lázaro e deixou claro que em Goiás e lei será cumprida. “Acabo de receber neste momento uma informação de todas as forças de segurança que estão ali na região de Cocalzinho que o Lázaro foi preso. Quero cumprimentar a todos aqueles que estão ali há vários dias trocando informações e chegando a este resultado final com a prisão do Lázaro. Meus cumprimentos a todas as forças de segurança que interagiram e trabalharam com determinação para mostrar que a lei está acima de tudo. Um abraço a todos”. (Redação)

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