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OPINIÃO

Desafio do acesso a medicamentos

Mais de 2 bilhões de pessoas não possuem acesso a medicamentos, o que representa 26% da população mundial segundo dados da Access to Medicine Foundation. Difícil de acreditar que um quarto das pessoas que vivem no nosso planeta não conseguem tomar um simples analgésico ou tratar doenças mais sérias, como diabetes e câncer. O dado revela um problema enorme, cuja solução deveria ser encarada como um desafio por toda a sociedade. Além de outras necessidades básicas, como alimentação e moradia, a falta de medicamento impõe sofrimento, dor e até morte por doenças que poderiam ter sido evitadas e tratadas.Recentemente, a pandemia nos mostrou o quão importante é a saúde das pessoas e quanto os diversos sistemas de apoio são fundamentais para trazer o bem-estar para a população. Diante desse cenário, buscar soluções para democratizar o acesso a medicamentos entrou como pilar estratégico do negócio de Soluções Farmacêuticas da BASF, um compromisso por ter mais de 45 anos de participação na cadeia, fornecendo insumos e ativos para a indústria. Resolvemos encarar o desafio, globalmente, para criar soluções práticas e efetivas.Conseguimos abrir três frentes de ação em todo o mundo: apoiar o desenvolvimento de medicamentos essenciais com maior eficácia e adesão ao tratamento, melhorar a formulação e o processo produtivo e aumentar a acessibilidade.Na questão da formulação, por exemplo, há a oferta de um excipiente que reúne as funcionalidades, como um “tudo em um”, simplificando o desenvolvimento e a produção de medicamentos, reduzindo custos de fabricação. Para a melhoria de formulação e produção, disponibilizamos um assistente de formulação virtual que elimina tentativa e erro, fornecendo recomendações instantâneas dos melhores excipientes para a formulação do medicamento, com base no ativo farmacêutico e dosagem desejados. Além disso estamos apoiando os esforços globais para a doação de equipamentos para universidades e instituições de pesquisa que buscam abordar questões de saúde em países de baixa renda, entre outras iniciativas.No Brasil, nosso foco tem sido em buscar formas de melhorar a acessibilidade. Verificamos que existe um cenário crítico em que toneladas de itens dentro do prazo de validade e íntegros, próprios para uso, são destruídos a cada ano. Entre os fatores, questões burocráticas, de segurança e tributárias que acabam onerando mais a doação do que a incineração.O descarte de medicamentos ainda próprios ao consumo representa bilhões de reais desperdiçados, entre outros impactos para a sociedade: destrói produtos que precisaram de recursos financeiros, água e energia e outros insumos em sua produção; afetam o meio ambiente pela queima e consequente geração de CO2; desperdiça produtos de qualidade que poderiam estar no dia a dia de quem precisa.Atendendo ao senso de urgência e respeitando as questões de conformidade legal e técnicas, acreditamos que a inovação colaborativa seria o melhor formato para buscar essa solução. Nosso objetivo é conectar os fabricantes de medicamentos interessados na doação com as entidades sociais interessadas e aptas a recebê-los. O projeto está sendo desenvolvido com uma startup brasileira e um grupo de colaboradores BASF participantes do programa voluntário Shared Value. Foi uma troca muito interessante e que rendeu frutos.Agora queremos incentivar o engajamento dos nossos clientes, fabricantes de medicamentos, para que se unam e participem ativamente do projeto.Acreditamos que a iniciativa reforça o nosso propósito de engajamento social na prática. Queremos compartilhar valores, unir forças e inovar para promover o acesso à saúde – sem perder de vista questões fundamentais, como a segurança, a qualidade dos produtos e o uso responsável. Sabemos que os problemas sociais são maiores e vão além, mas com ações como esta, conseguimos colaborar para impactar positivamente e atuar como transformadores sociais. Facilitando essa conexão entre quem pode doar e quem precisa receber, temos a meta de não ter nenhuma incineração de produtos adequados ao uso em alguns anos. É um sonho possível! Vamos juntos?

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