
O influenciador Pablo Marçal (PRTB) e a família Bolsonaro voltaram a se envolver em uma série de ataques nos últimos dias, em meio à crescente disputa sobre quem deve liderar a direita nas eleições presidenciais de 2026. O vereador Carlos Bolsonaro (PL) usou as redes sociais neste sábado (25) para acusar Marçal, autodenominado ex-coach, de tentar destruir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mentir de forma dissimulada.
Marçal, que obteve mais de 1,7 milhão de votos nas eleições para a Prefeitura de São Paulo no ano passado, é cotado para disputar a Presidência, o que não agrada a Bolsonaro, que prefere apoiar um de seus filhos ou um aliado de longa data na corrida eleitoral.
Questionado sobre a possibilidade de Marçal se candidatar, o ex-presidente respondeu que ele é uma "carta fora do baralho", além de afirmar que evita "conversar sobre esse cara". Para concorrer à Presidência, Marçal precisa resolver uma série de ações na Justiça Eleitoral que podem torná-lo inelegível.
Bolsonaro mencionou sua esposa, Michelle Bolsonaro (PL), como um "bom nome", mas logo recuou e sugeriu que ela deveria se candidatar ao Senado. O ex-presidente afirmou que, "se tivesse que botar alguém da família", ele escolheria o senador Flávio Bolsonaro (PL) ou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
Marçal rebateu as afirmações de Bolsonaro, dizendo que o ex-presidente "está fora do jogo" e que "só considera candidato quem é parente dele". Os ataques entre Marçal e a família Bolsonaro também se intensificaram após a posse do presidente norte-americano Donald Trump, em um episódio que gerou uma disputa nas redes sociais.
Michelle e Eduardo Bolsonaro viajaram aos Estados Unidos e participaram de um baile restrito para celebrar a posse de Trump, mas ficaram de fora da cerimônia de inauguração na Rotunda do Capitólio. Ao mesmo tempo, Marçal publicou um vídeo ao lado de Trump, insinuando que o registro havia sido feito durante um evento de celebração da posse. No entanto, o influenciador admitiu que a gravação foi feita no início do mês, no resort de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.
"Deixei para soltar os vídeos depois da posse porque os bolsonaristas ficam malucos. Eles querem me por como inimigo da direita", afirmou Marçal. Carlos Bolsonaro não deixou de criticar o vídeo de Marçal: "O sistema não lança esse vídeo à toa como se fosse algo bacana e novidade", escreveu.
Durante as eleições municipais do ano passado, Marçal e a família Bolsonaro também trocaram farpas, especialmente quando eleitores de Bolsonaro decidiram votar no influenciador, mesmo diante da orientação do ex-presidente, que indicou o coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL) como vice do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Bolsonaro demorou a apoiar Nunes, e, quando finalmente o fez, o gesto foi mal recebido por parte de seu eleitorado. Criticados pela própria base, Bolsonaro e seus filhos acabaram recuando dos ataques contra Marçal.