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Milei pretende construir cerca na fronteira entre Bolívia e Argentina

Proposta de Javier Milei para construção de cerca na fronteira gera debate sobre segurança e políticas migratórias na Argentina.

Milei pretende construir cerca na fronteira entre Bolívia e Argentina.

O presidente argentino, Javier Milei, voltou a causar controvérsia ao anunciar a intenção de construir uma cerca ao longo da fronteira com a Bolívia. A medida, que segundo o governo seria justificada por razões de segurança e controle migratório, provocou indignação em setores políticos, sociais e diplomáticos, tanto na Bolívia quanto dentro da própria Argentina.

A proposta de Milei, conhecida por seu tom nacionalista e políticas econômicas ultraliberais, é vista como mais um capítulo das tensões crescentes entre os dois países. Ele tem repetidamente atribuído problemas sociais e econômicos argentinos ao que chama de "imigração descontrolada" e criticado duramente o governo boliviano, que tem um alinhamento político oposto ao seu.

A Bolívia reagiu rapidamente à declaração, classificando a proposta como xenófoba e discriminatória. Autoridades bolivianas afirmaram que uma barreira física seria um retrocesso histórico e político na relação entre os dois países, que compartilham uma longa história de cooperação e um vínculo cultural e comercial profundo.

Organizações de direitos humanos também se manifestaram contra a proposta, destacando que uma cerca não apenas dificultaria o trânsito de trabalhadores e famílias que dependem das relações transfronteiriças, mas também reforçaria discursos de exclusão e divisão.

Além disso, especialistas questionam a viabilidade prática e econômica de uma medida desse tipo, apontando que a construção e manutenção de uma cerca em uma fronteira tão extensa exigiriam investimentos massivos, algo incompatível com o discurso de Milei de austeridade fiscal e corte de gastos.

Essa proposta, somada às tensões comerciais e políticas existentes, reforça a deterioração das relações bilaterais. A construção de uma cerca, caso concretizada, representaria um divisor de águas não só entre Argentina e Bolívia, mas também no contexto geopolítico da América do Sul, ampliando divisões em uma região que historicamente busca integração.

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