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Rachel Sheherazade que era uma das principais apresentadoras do telejornal SBT Brasil foi demitida da emissora em agosto de 2020.
Segundo o Portal da UOl, Raquel pede na Justiça uma indenização do SBT no valor de R$ 20 milhões ao seus direitos trabalhista pelos nove anos e sete meses que trabalhou na emissora. O processo que tem 522 páginas, afirma que ela nunca recebeu nenhum direito trabalhista como férias remuneradas e 13º salário. Ela também acusar Silvio Santos de assédio moral, humilhação em rede nacional e alega que foi vítima de censura e boicote por parte da chefia de Jornalismo da emissora em que trabalhava.
No processo, um dos episódios destacados na ação foi a cerimônia do Troféu Imprensa realizada em 9 de abril de 2017. Onde a jornalista subiu ao palco para receber o Troféu Internet de melhor apresentadora de telejornal, em que ela havia conquistado no ano anterior. Ela afirma ter sido humilhada por Silvio Santos em rede nacional na ocasião.
No trecho se destaca a frase: "Eu te chamei para você continuar com a sua beleza, com a sua voz, foi para ler as notícias, e não dar a sua opinião. Se quiser falar sobre política, compre uma estação de TV e faça a sua própria". Por Silvio Santos
A defesa da apresentadora diz que "Silvio Santos teve um comportamento depreciativo, preconceituoso, vexatório, humilhante e constrangedor, além de ter uma atitude nitidamente machista, [que] colocou a figura feminina numa posição em que a beleza física é supervalorizada em detrimento dos atributos intelectuais". Por conta dessa exposição negativa e da alta repercussão midiática, os advogados pediram uma indenização de R$ 500 mil por danos morais.
Além do constrangimento da jornalista, ela também foi proibida de comandar o telejornal nas edições de sexta-feira, a pedido de Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, um dos principais patrocinadores dos dos programas.
"Silvio Santos a afastou da apresentação do telejornal SBT Brasil, como nítida forma de punição em razão de seus comentários e opiniões, bem como reduziu seu espaço no ar", relatou a defesa.
Além desses, o processo também inclui boicotes de colegas de trabalhos, desequilíbrio de distribuição de tarefas importantes dentro do telejornal. E também a condição de prestação de serviço que ela fazia na emissora, sem que a carteira fosse assinada. Segundo os relatórios, o salário inicial foi estipulado em R$ 30 mil. Ela ainda recebia mais um bônus de R$ 7 mil para custos com moradia por morar em outra região.
Por conta das renovações de seu contrato ao longo dos anos, Rachel teve um crescimento salarial exponencial, chegando a ser pago (no ultimo salário) em outubro de 2020, o valor de R$ 214.108,47, quase 614% maior do que o inicial.
Segundo a defesa de Sheherazade, eles alegam que "é "pejotização" do acordo, imposta pelo SBT com o objetivo de fraudar a legislação trabalhista, previdenciária e fiscal de não pagar os direitos da ex-funcionária, por não ter assinado a carteira de trabalho dela".
Além disso, o processo alega que a jornalista tem direito ao recebimento de um aviso prévio de 57 dias, previsto em contrato. Além de ter o direito de receber o 13º salário, já que em nenhum dos anos foi pago. O valor acumulado do FGTS é de R$ 1.433.065,76. Ela também não recebeu ás férias integrais remuneradas e nem os reajustes do regime CLT dos nove anos trabalhados. Somando todos esses procedimentos trabalhista e ainda o direito aos trabalhos feitos em feriados e as horas-extras a indenização soma R$20 milhões de reais.
"Dá-se à presente, o valor de R$19.651.317,00, única e exclusivamente para fins de fixação do rito em ordinário, registrando que o valor dado à causa não vincula o juízo e que não renuncia nenhum valor que o exceder", conclui.
Perante o desenrolar da ação, a Justiça Trabalhista marcou para 3 de agosto, às 10h10, a primeira audiência do caso. nela serão ouvidas testemunhas de Rachel Sheherazade e do SBT. Hermano Henning, que também processou a emissora de Silvio Santos, também falará a favor da ex-colega de trabalho.
Dados do Portal UOL*
