Prisão de Bolsonaro é considerada iminente por aliados e opositores
Redação Online
Publicado em 22 de julho de 2025 às 10:04 | Atualizado há 6 horas
A possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já é tratada como iminente tanto entre governistas quanto entre opositores. O entendimento comum decorre do suposto descumprimento de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que investiga a articulação de uma tentativa de golpe de Estado com apoio internacional. A decisão mais recente de Moraes, publicada nesta semana, deu 24 horas para que a defesa de Bolsonaro justificasse por que ele não deveria ser preso preventivamente pelo descumprimento dessas restrições prazo que se encerra nesta terça-feira, 22 de julho.
Entre as medidas cautelares estão a proibição de uso direto ou indireto das redes sociais, de manter contato com autoridades estrangeiras, de visitar embaixadas, além da obrigação de uso de tornozeleira eletrônica e do recolhimento domiciliar noturno nos dias úteis e integral aos fins de semana. Segundo Moraes, há indícios de que Bolsonaro tem driblado essas determinações, especialmente por meio da divulgação de entrevistas em canais digitais, o que, para o ministro, configura violação das ordens judiciais.
Diante da ameaça real de prisão, Bolsonaro cancelou entrevistas que estavam previamente agendadas, movimento que foi interpretado nos bastidores como sinal evidente de receio diante da iminência da detenção. A decisão de Moraes sobre o uso das redes tem sido lida por juristas como uma forma indireta de censura, já que, na prática, impede o ex-presidente de se manifestar publicamente, uma vez que qualquer fala poderá ser compartilhada digitalmente, ainda que por terceiros o que abriria margem para uma prisão por descumprimento.
Mesmo entre aliados de Bolsonaro, cresce a percepção de que a prisão do ex-presidente pode ser decretada a qualquer momento, especialmente caso Moraes considere insuficientes as justificativas da defesa ou entenda que há risco concreto de obstrução das investigações. Já na oposição, o clima é de expectativa: líderes governistas avaliam que a eventual detenção representaria um marco político e jurídico importante, reforçando a autoridade do STF e as consequências de atos antidemocráticos.
Nos bastidores de Brasília, a tensão é crescente. O cerco judicial a Bolsonaro se fecha e, diante das sucessivas investidas da Justiça, a avaliação quase unânime é que o ex-presidente está cada vez mais próximo de uma prisão preventiva.