Cunha desiste de viagem à Itália após denúncias
Diário da Manhã
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 22:25 | Atualizado há 10 anosBRASÍLIA – Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) que são investigadas por autoridades do país europeu, o peemdebista desistiu da viagem que faria a partir desta quinta-feira para a Itália. Cunha participaria do Fórum Parlamentar Itália-América Latina e Caribe.
Ao informar sobre o cancelamento da viagem, Cunha justificou que pretende comparecer ao casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR), no sábado.
— Eu decidi ontem à noite. Primeiro, tenho convite para o casamento do Jucá, de quem eu sou muito amigo — disse Cunha.
O presidente da Câmara é suspeito de lavagem de dinheiro e corrupção passiva na Suíça. A investigação foi transferida para o Ministério Público brasileiro, que já apura acusações contra o parlamentar na Lava-Jato.
— Era uma viagem muito comprida, tinha que voltar na segunda e faria apenas um discurso no evento. Achei que seria muita corrida para um evento que não tem tamanho que justificasse — afirmou.
Ele negou que a desistência esteja relacionada com a denúncia.
— Não tem nada a ver com nada — afirmou.
A investigação na Suíça foi aberta em abril, quando as contas bancárias de Cunha e familiares foram bloqueadas. O presidente da Câmara é suspeito de receber propina por vazamento de informação privilegiada na venda, para a Petrobras, de um campo de petróleo no Benin, na África.
“Por ser brasileiro nato, Eduardo Cunha não pode ser extraditado para a Suíça. O instituto da transferência de processo é um procedimento de cooperação internacional, em que se assegura a continuidade da investigação ou processo ao se verificar a jurisdição mais adequada para a persecução penal”, informa a PGR, em nota.
Parte das suspeitas das autoridades suíças foram confirmadas pelo lobista João Augusto Rezende Henriques. Em depoimento à Polícia Federal em Curitiba, na sexta-feira passada, João Henriques disse que fez depósito numa conta que, mais tarde, ele descobriu pertencer a Cunha. A conta destinatária do pagamento foi indicada a ele pelo lobista Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), já falecido, um ex-aliado do presidente da Câmara.