Maquiagem de Carnaval

Nada mais cotidiano no universo feminino que a maquiagem. A maquiagem abriu um leque imenso e altamente rentável de profissões, desde a indústria de cosméticos até profissionais de maquiagem artística, consultores, sem falar na onda do momento: os blogueiros e youtubers de maquiagem que juntos faturam milhões anualmente com anúncios e patrocinadores. Fato é que a maquiagem, além de ser um elemento embelezador, também é elemento histórico e cultural, tendo indícios de seu domínio pelo homem primitivo em rituais de fertilidade e rituais fúnebres, e hoje ainda é usada em manifestações artísticas e culturais das mais diversas.

Os antigos egípcios já usavam a maquiagem cerca de 3000 a.C. e tinham amplo conhecimento de misturas de compostos envolvendo óxidos, plantas, larvas e insetos, carbono e óleos que lhes proporcionavam a possibilidade de brincar com as cores e colorir seus rostos. Registros imagéticos como esculturas e gravuras dos antigos egípcios nos mostram que estes povos utilizavam da maquiagem para manter seus olhares com traços sempre marcantes. Os cosméticos espalharam-se pela Europa através das caravanas que levavam especiarias do Oriente Médio e, depois, pelas Cruzadas, que levaram os produtos até a porção nórdica do continente.

No século XVI, era comum que as mulheres usassem pó clareador para a pele, bochechas rosadas, e uma mistura para os lábios. Os olhos não recebiam pintura, para que não fossem escondidas as “janelas da alma”. Durante a Idade Média a maquiagem foi um artifício usado para esconder os dentes apodrecidos, sob a recomendação de que não deviam abrir a boca para não sobrepor à beleza da maquiagem. Aos poucos os produtos tóxicos das maquiagens foram substituídos por produtos orgânicos.

Nas Artes, a pintura corporal é parte da composição do ator desde os teatros da Grécia Antiga, Japão e Índia. Na década de 1920, a prática torna-se popular, graças às grandes atrizes do cinema, musas inspiradoras de toda uma juventude em sua época. Em 1981 uma categoria de premiação é instituída no Oscar, sendo Rick Baker, maquiador profissional e especialista em efeitos visuais, o mais premiado na categoria tendo recebido 9 estatuetas entre 1981 e 2011.

Homem também pode?

Sabemos que nós, mulheres, somos amantes dos cosméticos e que estes produtos nos caem muito bem. Mas, e os homens? Será que eles também podem? Não estou falando de maquiagem sutil, pra esconder marcas de acne e cicatrizes. Mas sim de batom vermelho e sombras degradê. O que pode parecer absurdo para alguns já é realidade para outros. O site Catraca Livre divulgou uma matéria em que traz como referência outro site, o Distractify, que reuniu oito blogueiros internacionais, extremamente bem maquiados, que provam que maquiagem combina sim com a beleza masculina. Agustin Fernandez, o youtuber e maquiador uruguaio de 24 anos tem se destacado nas redes sociais por exibir a barba grande e bem alinhada associada a belíssimas maquiagens, com lábios e olhos bem marcados.

A maquiagem carnavalesca é tão viva e presente na cultura brasileira, que virou tema até mesmo de grandes obras de arte como A Mulher e Pierrot, de Ronaldo Fonseca e Carnaval, de Cândido Portinari, pintores brasileiros e Cena de Carnaval, do francês Debret. Cores vivas e alegres compõe a aura do Carnaval tipicamente brasileiro. Mas, o que a moda preparou para o Carnaval de 2016? Segundo Sadi Consati, consultor criativo de O Boticário, o Carnaval é época de ousadia e criatividade para se maquiar. “Bocas em tons vibrantes, olhos coloridos com combinações de sombras inusitadas e, é claro, muito iluminador para dar aquele efeito”, é a aposta de Sadi para quem quer arrasar nas ruas de todo o Brasil nestes dias de festa. Para não perder o look antes da metade da noite, o consultor orienta a preferir produtos com maior durabilidade como os batons Matte, com obertura seca, que não derretem na pele, mesmo com a chuva e o suor. Agora é só aproveitar!