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Goiânia vive holocausto de desemprego e quebradeira", diz representante dos trabalhadores

Os números assustam, e preveem um futuro desesperador para milhares de goianienses. Com hotéis, pousadas, shoppings, lojas, centros comerciais, feiras especiais, bares e restaurantes impedidos de funcionar há 83 dias, milhares de trabalhadores perderam e outros podem perder seus postos de trabalho somente na Capital.

O reflexo das medidas adotadas pelo Governo de Goiás, e depois pela Prefeitura de Goiânia para evitar a proliferação do coronavírus já podem ser vistos pelas ruas da Capital. Grandes lojas, lanchonetes, bares e restaurantes, como o Frans Café, primeira cafeteria 24 horas de Goiânia, e o Saccaria, bar tradicional do Setor Marista, não resistiram aos quase três meses de fechamento, e já anunciaram a paralisação de suas atividades.

O mais trágico, porém, nem sempre é visto nas ruas, mas está acontecendo dentro das empresas, como nas academias de ginástica da Capital, que já anunciaram a dispensa de cinco mil funcionários. Na região da Rua 44, maior pólo de confecções do Centro Oeste, a situação é ainda mais grave, e, mesmo que as atividades fossem retomadas hoje, 20 mil funcionários já não teriam de volta seus empregos. (Veja quadro abaixo)

A mesma projeção pessimista se repete nos demais comércios que, apesar de já terem anunciado a adoção de protocolos de proteção no atendimento, e na redução controlada do número de frequentadores, bares, restaurantes, lojas, shoppings e centros comerciais, continuam impedidos de abrir em Goiânia.

Na visão do assessor da presidência do Sindicado dos Empregados no Comércio Hoteleiro no Estado de Goiás, (SECHSEG), Antônio Carlos de Souza, Goiânia vive “um holocausto de desemprego e quebradeira”, que a cada 24 horas piora ainda mais. Segundo ele, assim como centenas de outros comerciantes, também os donos de hotéis e pousadas já comunicaram que não tem mais como retomar as atividades.

Na tentativa de mostrar essa realidade arrasadora, que pode trazer uma crise econômica sem precedentes para Goiânia, para Goiás, e para o Brasil, comerciantes de dezenas de segmentos realizarão um grande protesto na manhã desta quarta-feira (10), na sede da Prefeitura de Goiânia. Intitulado Salvem Nossas Famílias, o movimento tem como propósito mostrar, às autoridades, que existe sim uma possibilidade de se reabrir o comércio com segurança e critério.

A Quebradeira em números

50.000 desempregados no Estado durante o isolamento segundo projeções do Sindicato dos Empregados no Comércio em Goiás (Seceg)

20.0000 desempregados em três meses só na região da Rua 44, em Goiânia, segundo a Associação Empresarial da Região 44 (AER44)

19.194 vagas com carteira assinada fechadas somente em abril em Goiás, segundo números do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged). Goiânia liderou o ranking estadual, com o fechamento de 9.989 vagas

12.000 desempregados em três meses nos bares e restaurante segundo a Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel)

5.000 desempregados nas academias de ginástica, segundo o Sindicato das Academias de Goiás (Sindac)

3.200 desempregados no setor de pitdogs, segundo o Sindicato dos PitDogs

2.100 lojas estão negociando a entrega de suas lojas na região da 44, em Goiânia, segundo a Associação Empresarial da Região 44 (AER44)

2.000 desempregados só no Centro de Goiânia, segundo a Associação Comercial e Industrial do Centro

1.400 lojas foram fechadas na região da 44, em Goiânia, segundo a Associação Empresarial da Região 44 (AER44)

350 lojas fecharam só no Centro de Goiânia, segundo a Associação Comercial e Industrial do Centro

70% de queda no movimento dos pit-dogs em Goiânia, segundo o Sindicato dos PitDogs

80,3% dos empresários declararam que não tinham caixa para manter as portas fechadas por mais de 60 dias, segundo pesquisa do instituto Grupom, em maio.

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